Os vereadores Professor André Luis (Rede) e Marcos Tabosa (PDT) vão impetrar um mandado de segurança para solicitar acesso à informação aos dados da Prefeitura de Campo Grande, que deveriam ser públicos, sobre o gasto com a chamada folha secreta. Esses valores seriam verbas pagas anualmente a secretários e alguns servidores na gestão de Marquinhos Trad (PSD).
Os vereadores suspeitam de folha secreta, uma vez que o ex-prefeito elevou de R$ 1,6 bilhão para R$ 2,5 bilhões os gastos com pessoal. Apesar disso, nunca foi aprovado requerimento para questionar a falta de transparência da então gestão municipal pela base forte que o ex-prefeito manteve na Câmara.
Autor da ação, o vereador André Luis disse que está fazendo a ação. “Na época do Marquinhos não era debatido porque aqui na Casa nunca é o momento pra nada, quando na verdade sempre é o momento. Acho importante esclarecermos”, disse.
Para Tabosa, o plano de trabalho deve ser dado para servidor com finalidade, e não para todos. “Somos servidores públicos e é dinheiro público que é sendo usado. O povo tem que saber. Vamos conferir um por um. Tenho informações que a secretária de uma secretária ganha mais de 40 mil. Não dá, né? Só saberemos a verdade com o acesso a folha oculta”.
Luiza Ribeiro (PT), que faz parte da Comissão de Finanças da Câmara, é autora do ofício que pede informações à Prefeitura. “Nós enviamos um ofício para entender como o gasto saltou tanto, sendo que em dois havia a Lei Federal, em razão da pandemia, proibia qualquer aumento dos servidores de todos os níveis de governo. Estamos percebendo que todas categorias do efetivo não receberam aumento. Achamos que esse aumento de quase 1 bilhão de reais foi devido aos incrementos irregulares dos salários. O que está comprometendo a saúde fiscal de Campo Grande é uma gestão inadequada dos recursos e impede novos concursos e pagamentos dos servidores”.
O vereador Betinho (Republicanos), que é presidente da Comissão de Finanças, disse que vai cobrar informações do Executivo. “O plano de trabalho é uma prerrogativa que todo prefeito pode fazer. Agora tem que ter o bom senso do gestor. O que está sendo questionado é a respeito dos valores desse plano de trabalho e de uma folha oculta. Sabemos que estamos enfrentando um período de dificuldade financeira. Tem o aumento das categorias que precisam ser ajustados e a gente tem debruçado sobre isso. O relatório que temos não tem essas informações, o que começa a gerar o impasse de quanto é. O assunto está sendo debatido e vamos esclarecer”, pontuou.
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