Campo Grande

Prefeitura da Capital terá caixa para pagar piso da enfermagem, diz secretária

Vereador sugeriu que município escalone pagamento para garantir cumprimento de lei federal.
Foto Divulgação

Em audiência pública realizada na quarta-feira (9) pela Câmara Municipal de Campo Grande, a secretária municipal de Finanças e Planejamento, Márcia Hokama, disse que a prefeitura está se preparando para pagar o piso nacional da enfermagem. A categoria tem 1,6 mil trabalhadores na rede pública.

“A prefeita [Adriane Lopes] sente a necessidade de fazer esses ajustes salariais, tanto que ela está promovendo vários ajustes para que tenhamos recursos financeiros para trabalharmos 2023 com mais tranquilidade. Podemos, sim, trabalhar a proposta da legislação, colocando uma cláusula suspensiva”, declarou.

O vereador Victor Rocha (PP) estimou que o impacto financeiro deve ser R$ 3 milhões e sugeriu, caso o município tenha dificuldades, que escalone o pagamento.

 
 

“O impacto para pagamento da categoria na folha da Sesau é de R$ 3 milhões por mês para atender em torno de 1,6 mil servidores, portanto nossa sugestão é escalonar esse valor, ou seja, paga-se R$1 milhão agora, daqui 12 meses outro R$ 1 milhão e daqui 24 meses finalizaria o pagamento, isso na pior das hipóteses. Pois, se vier o recurso federal, realiza-se o pagamento do piso nacional na integralidade. É uma luta de todos e, como médico, atuo lado a lado com enfermeiros e técnicos de enfermagem”, disse.

Ângelo Macedo, presidente do Sinte/CG (Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem de Campo Grande), recomendou que a prefeitura e a Câmara trabalhem em conjunto com a categoria para garantir o direito.

“Precisávamos que essa Casa desse um passo à frente formando uma comissão para somarmos força e, juntos com o Executivo, encaminharmos o que colocamos aqui. No nosso entender, viria a acalentar a enfermagem de Campo Grande”, opinou.

 
 

Piso da enfermagem

Sancionada em agosto, a Lei Federal 14.434/2022 alterou a Lei 7.498/1986, que regulamenta a profissão, para fixar em R$ 4.750 o piso dos enfermeiros e em R$ 3.225 o vencimentos dos técnicos em enfermagem.

Um mês depois, o STF (Supremo Tribunal Federal) atendeu pedido da CNSaúde (Confederação Nacional de Saúde) e suspendeu a lei. A entidade alegou riscos de fechar cerca de 20 mil leitos e demitir 83 mil profissionais da enfermagem por falta de orçamento para bancar os novos salários imediatamente.