Esses caras são os meus herois, eles ganharam o meu respeito, mas eu teria matado mais, teria matado diretores e alguns professores'. Essa foi uma das frases publicadas por mulher, que não será identificada na matéria, a respeito do ataque de atiradores que deixou 10 mortos em Suzano, interior paulista.
A mulher publicou sua opinião sobre o assunto em seu perfil no Facebook. Outras frases controversas escritas por ela foram 'às vezes a melhor solução contra o bullying é entrar matando geral' e ‘seria divertido um tiroteio em sala de aula’, em publicações em modo público. Todas já foram apagadas.
Em seu perfil, ela aparece como natural e moradora de Campo Grande. A mulher costuma publicar sua revolta contra maus-tratos a animais e se diz ativista pela causa.
Seus amigos na rede social se dizem surpresos e preocupados com o teor agressivo das postagens. Uma das pessoas consultadas pela reportagem do TopMídiaNews afirmou que estudou com a jovem e que ela teria sofrido com bullying provocado por outros alunos.
“Então, se for pensar no porquê, acho que é por isso. Mas nem vi essa publicação, [...] ela fala o que pensa às vezes, sem se segurar, mas nunca mal. É bem defensora dos animais, mas nada de ruim assim, não... mas sofreu com muito bullying mesmo”, opina a colega, que prefere não se identificar.
Apologia ao crime
Apesar da liberdade de expressão ser garantida em Constituição Federal, há limites que, ultrapassados, permitem a classificação de uma opinião em incitação ou apologia ao crime.
Conforme o portal Canal de Ciências Criminais, a apologia é a defesa um fato criminoso, de um crime já ocorrido ou o autor de um crime, de forma pública.
Segundo os artigos 286 e 287 do Código Penal, para ambos a pena é de detenção, ou seja, não existe a privação da liberdade em um regime fechado e haverá o enquadramento apenas em regime semiaberto ou aberto.
Massacre em Suzano
Dois jovens atacaram a Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), na manhã de quarta-feira (13) e mataram oito pessoas, sendo cinco alunos, duas funcionárias do colégio e um comerciante fora do local. Como noticiou o portal G1, um dos assassinos em seguida atirou no comparsa e se suicidou.
Os assassinos Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, eram ex-alunos do colégio. Também há registro de 11 feridos.