“Ele é tudo pra mim. Sem ele eu não vivo. É meu raio de sol”, diz a dona de casa Rosinalva Nunes, de 49 anos, avó do pequeno Samuel, de dez anos. O garoto, que tem autismo e que ficou surdo após desenvolver rubéola congênita, é descrito como uma criança doce, mesmo não tendo desenvolvido a fala.
Apesar disso, ele se comunicava muito bem e era bastante independente, até seus problemas de saúde se agravarem: aos seis anos, Samuel ficou cego. De acordo com a avó, os problemas oculares ocorreram após o olho direito lacrimejar excessivamente e o garoto perder a visão. Quinze dias depois, o outro olho apresentou os mesmo problemas.
“Foi quando tudo piorou. O médico nos disse que ele sofreu uma hemorragia vítrea e deslocamento de retina e que por isso perdeu a visão. Ele era um menino independente, mas agora depende de mim para tudo. Eu não reclamo, mas queria muito que ele vivesse melhor”, destaca dona Rosinalva.
A família de Samuel reside em Costa Rica, a cerca de 327 km de Campo Grande. Foi lá que encontraram morada e melhores condições para o tratamento do menino, após deixarem Jacundá, cidade localizada no Estado do Pará.
“Viemos para cá porque temos mais estrutura. Todo dia, os funcionários da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) buscam Samuel em casa e o levam até a sede da instituição, onde ele é estimulado ao desenvolvimento cognitivo. Mas, à tarde ele fica comigo o tempo todo, pois ele se tornou dependente desde para pegar um suco como para ir ao banheiro. A casa tem batentes, e como ele não enxerga, pode cair e se machucar”, acrescenta a avó.
Esperança de tratamento
Diante da situação de Samuel, dona Rosinalva fez apelo nas redes sociais nos últimos dias. Mesmo com atendimento de neuropediatra em Campo Grande, para onde viaja mensalmente, a avó do garoto procura um especialista em oftalmologia, que possa avaliar o caso de Samuel. O objetivo é conseguir orientação sobre o caso e avaliar se Samuel pode voltar a enxergar.
“O médico que atendia o Samuel sugeriu a gente a pedir uma segunda opinião, para ver se o caso é reversível, mas não conseguimos. Meu neto chegou a ser operado, e acreditamos que ele chegou a recuperar a visão, pois um dia pediu para que a gente apagasse a luz. Só que alguns dias depois ele voltou a ficar cego. Não sabemos o que fazer, mas quero crer que existe uma reversão. Preciso da opinião de um especialista”, destaca.
Além disso, a família de Samuel é de baixa renda. O avô, Gerlando Paulino Nunes, trabalha numa usina de asfalto e ganha um salário mínimo, enquanto Rosinalva cuida da casa e do neto – o casal é responsável pela guarda.
“Nós criamos ele desde bebê, porque minha filha era muito nova quando deu à luz e depois foi abandonada pelo marido. Nós temos dificuldade de comprar os medicamentos, porque ainda tem aluguel, alimentação… Conseguimos benefício para ajudar, mas falaram que dava para entrar com ação para pegar na Casa da Saúde, eu preciso que alguém me oriente sobre isso também”, conta.
Enquanto os auxílios não vêm, Rosinalva segue a alimentar esperança de que o neto possa voltar a enxergar. “O Samuel é esperto, inteligente, alegre, doce… É uma criança maravilhosa. Ele é minha vida, é tudo para mim e por ele vou até o fim do mundo. Já chorei muito, mas prometi a Deus que não vou chorar mais”, conclui.
A família disponibiliza um telefone de contato a quem se predispor a ajudá-los: (67) 99640-5997.