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Buscas por submarino na Indonésia continuam sem interrupções

Desastre com o Kursk, em 2000, deixou 118 mortos; naufrágio do San Juan, na Argentina, matou 44.


O sumiço do KRI Nanggala-402 encontra paralelo com outros desastres

As buscas pelo submarino militar desaparecido na Indonésia continuam. A embarcação sumiu dos radares com 53 tripulantes na quarta, e a preocupação aumenta porque a previsão é de que o oxigênio para os ocupantes acabe.

O sumiço do KRI Nanggala-402 encontra paralelo com outros desastres com submarinos da história. Assim como os desastre com o Kursk, em 2000, e com o San Juan, em 2017, há a aflição em resgatar os tripulantes enquanto o submarino possa ter sobreviventes.

Veja abaixo outros acidentes com submarinos.

Ara San Juan (2017)

  • País: Argentina
  • Local do desastre: Atlântico Sul, a 600 km de Comodoro Rivadavia, na Argentina
  • Motivo: implosão
  • Número de vítimas: 44

O ARA San Juan desapareceu em 15 de novembro de 2017, quando voltava do porto de Ushuaia, onde havia feito exercícios militares, para a base naval de Mar del Plata. O submarino foi encontrado um ano depois, a mais de 900 metros de profundidade.

Horas antes do desaparecimento, o comandante tinha feito o alerta de uma falha provocada pela entrada de água por um duto de ventilação que vazou no compartimento das baterias elétricas e produziu um princípio de incêndio.

Embora a Marinha argentina tenha garantido em várias ocasiões que essa falha foi "corrigida" e que o San Juan continuou navegando para Mar del Plata, o certo é que seu rastro foi perdido e nunca chegou ao porto dessa cidade, onde deveria ter atracado em 19 de novembro de 2017.

A Marinha Argentina informou que a embarcação sofreu uma "implosão" no fundo das águas do Oceano Atlântico.

Segundo a Marinha, as imagens mostram que o casco do submarino permaneceu bastante intacto, apenas com algumas deformações, e que todas as outras partes se desprenderam. A implosão teria ocorrido em razão da pressão externa do mar ter superado a de dentro do submarino.

Kursk (2000)

  • País: Rússia
  • Local do desastre: mar de Barents (noroeste da Rússia)
  • Motivo: explosão de um torpedo
  • Número de vítimas: 118

Considerado um orgulho da Marinha russa, o Kursk zarpou de Murmansk, extremo-norte da Rússia, em 10 de agosto de 2000. O submarino era equipado com 24 mísseis de cruzeiro Granit e considerado indestrutível pelos marinheiros russos.

A explosão ocorreu em uma câmara de mísseis durante uma manobra no mar de Barrets, dois dias depois de o Kursk zarpar. Dos 118 tripulantes, 23 sobreviveram à explosão e aguardavam resgate, mas acabaram morrendo posteriormente. As forças russas divulgaram cartas escritas por esse grupo, que relataram os momentos mais tensos da espera, quando esses tripulantes tinham poucas esperanças de voltarem com vida à superfície.

O Kursk foi localizado a 108 metros de profundidade na madrugada de 13 de agosto, quando ainda era possível salvar os 23 tripulantes. O Kremlin, porém, só aprovou a operação internacional de resgate uma semana depois do acidente.

Como se soube depois, a cúpula militar escondeu as verdadeiras dimensões da catástrofe e recusou as ofertas de outros países de ajuda para resgatar os tripulantes do submarino, que não morreram inicialmente na explosão.

O almirante Gennady Suchkov — após um julgamento considerado pela imprensa como "injusto" —, e outros 14 oficiais da Marinha russa foram escolhidos como "bode expiatório" e expulsos do serviço ativo da corporação.

Nerpa (2008)

  • País: Rússia
  • Local do desastre: mar do Japão
  • Motivo: vazamento de gás
  • Número de vítimas: 20

Em 8 de novembro de 2008, no Oceano Pacífico, 20 pessoas a bordo do submarino russo "Nerpa" morreram asfixiadas depois de inalar o gás freon, liberado pelo sistema de incêndio, ativado por engano.

O acidente ocorreu no Mar do Japão, onde o K-152 "Nerpa" estava sendo testado antes de ser alugado pela Índia. Mais de 200 pessoas estavam a bordo em uma área de superfície planejada para 80.

Entre as vítimas, havia 17 civis do estaleiro onde o submarino de ataque movido a energia nuclear tinha acabado de ser construído.

Komsomolets (1989)

  • País: União Soviética
  • Local do desastre: mar de Barents, a 500 km da costa da Noruega
  • Motivo: incêndio
  • Número de vítimas: 42

Em 7 de abril de 1989, um curto-circuito causou um incêndio a bordo do Komsomolets, um submarino de ataque de propulsão nuclear e casco de titânio que navegava em águas internacionais, a 500 km das costas norueguesas. Considerado um orgulho da marinha soviética, o submarino chamado de "Mike" estava equipado com mísseis com ogivas nucleares.

Depois de ativar o procedimento de emersão de emergência, o submarino, de 110 metros de comprimento, alcançou a superfície e várias dezenas de tripulantes conseguiram deixar o navio, em chamas, atirando-se nas águas glaciais. Quarenta e dois marinheiros morreram e 27 foram resgatados.

Recentemente, em 2019, cientistas noruegueses detectaram níveis altos de radiação no ponto onde o Komsomolets afundou: quase 1 milhão de vezes maior do que o normal.

 

 

 

 

G1