Mato Grosso do Sul

Monitoramento por tornozeleira eletrônica é solicitado para deputado estadual Jamilson Name

Name é acusado de fazer parte de uma organização criminosa suspeita de execuções em Mato Grosso do Sul.


A força-tarefa investiga se as armas foram usadas em crimes de execução nos últimos meses

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) requereu nesta quarta-feira (27), com urgência, o cumprimento imediato ao monitoramento eletrônico do deputado estadual Jamilson Name (sem partido). Name é investigado na Operação Omertá por suspeita de ser um dos comandantes de uma organização criminosa suspeita de execuções em Mato Grosso do Sul.

O pedido do MPMS cita que Deputados Estaduais gozam das mesmas imunidades formais dos Congressistas desde 2019, mas afirma que o uso de tornozeleira eletrônica "não é uma delas, pois nem mesmo reflexamente dificulta ou impede o exercício do mandato de Deputado Estadual". O documento cita, inclusive, o caso da deputada Flordelis, que continuou exercendo o ofício utilizando a tornozeleira, para basear o pedido.

Em contato com a TV Morena, o advogado de Name, Gustavo Passarelli, afirmou que já teve acesso à manifestação do MPE. "A defesa entende que o pedido não tem cabimento e contraria a decisão judicial que determinou a prévia manifestação da ALMS a respeito do assunto. A decisão judicial é clara nesse sentido e não comporta, em nossa opinião, qualquer modificação", afirma. "Em nosso entendimento essa manifestação demonstra desnecessário constrangimento ao deputado", finaliza o advogado.

Operação Omertá

Jamilson Name é suspeito de fazer parte da organização chefiada pelo pai, Jamil Name. Jamil está preso desde o ano passado em Mossoró (RN), acusado de chefiar uma organização criminosa ligada ao jogo do bicho, homicídios, extorsão, corrupção de agentes públicos e tráfico de armas.

A primeira fase da operação Omertá foi deflagrada em setembro de 2019. A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul e o Gaeco prenderam empresários, policiais e, na época, guardas municipais, investigados por execuções no estado.

A suspeita é que o grupo supostamente comandado por Jamil Name e o filho, Jamil Name Filho tenham executado pelo menos três pessoas na capital sul-mato-grossense, desde junho de 2018. Outras mortes também estão sendo investigadas.

A última morte atribuída ao grupo até o momento é do estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier, de 19 anos. Ele foi atingido por tiros de fuzil no dia 9 de abril, quando manobrava o carro do pai, na frente de casa, para pegar o dele e buscar o irmão mais novo na escola.

Pouco mais de um mês depois, no dia 19 de maio de 2019, policiais do Garras e do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BpChoque) apreenderam um arsenal com um guarda municipal, em uma casa no Jardim Monte Libano. Foram apreendidos 18 fuzis de calibre 762 e 556, espingarda de calibre 12, carabina de calibre 22, além de 33 carregadores e quase 700 munições.

Segundo as investigações do Gaeco, esse arsenal pertencia ao grupo preso na operação Omertà. A força-tarefa investiga se as armas foram usadas em crimes de execução nos últimos meses.

 

 

 

 

G1

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