Entre os alvos estariam um delegado da PolÃcia Civil, um promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e um defensor público que teria intermediado o inÃcio de conversas para a delegação de um dos acusados de integrarem a milÃcia.
O juiz corregedor de Mossoró aceitou a inclusão por mais 60 dias e deu 30 dias para que as partes se manifestem. Após isso, ele vai decidir se Jamil Name volta para Campo Grande ou permanece por mais tempo no Rio Grande do Norte.
Name está preso desde o dia 28 de setembro de 2019, quando a operação Omertà , coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Delegacia Especializada em Repressão à Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras), desarticulou a organização.
O empresário inicialmente foi levado para a sede do Garras em Campo Grande e depois foi transferido junto com outros membros da cúpula da organização para o Centro de Triagem, no complexo penitenciário da capital. No dia 12 de outubro de 2019, a descoberta de suposto plano da milÃcia para um atentado contra um dos delegados responsáveis pela investigação, levou a Justiça a autorizar uma nova transferência de Name e outros integrantes do grupo, desta vez para a penitenciária federal de Campo Grande.
Ele ficou menos de um mês na unidade e no dia 30 de outubro foi transferido, desta vez para o presÃdio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Na mesma unidade estão, Jamil Name Filho, e dois policiais civis, Márcio Cavalcante e Vladenilson Olmedo, todos apontados pelo MP-MS como integrantes da cúpula da suposta milÃcia.
Em 6 de dezembro do ano passado, o juiz corregedor do presÃdio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, Walter Nunes da Silva Júnior, determinou que o empresário fosse devolvido ao sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul. A alegação para a decisão na época foi a mesma apresentada pela defesa do acusado para pedir a sua transferência em sucessivos pedidos que haviam sido negados pela Justiça, a de que Name é idoso e doente.
 O juiz da 1ª Vara de Execução Penal de Campo Grande recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STF), alegando conflito de competência na decisão do juiz corredor do presÃdio de Mossoró e argumentou que era indispensável a permanência de Name no presÃdio federal.
Em 21 de fevereiro deste ano, o relatório do processo no STF declarou como competente para manter a decisão o juiz da 1ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, mantendo o empresário na unidade penal do Rio Grande do Norte.
Em abril a defesa de Name entrou com pedido de habeas corpus no STF. O ministro Marco Aurélio acompanhou em caráter liminar a decisão que havia sido tomada pelo juiz corregedor do presÃdio e determinou a transferência do empresário do Rio Grande do Norte para Mato Grosso do Sul.
Em sua decisão, o ministro aponta que se baseou na idade avançada de Name, 80 anos, e ainda no fato dele apresentar várias doenças como: diabetes, hipertensão, doença pulmonar obstrutiva crônica, polineuropatia diabetogênica e problemas relacionados à locomoção.
No dia 12 de junho o procurador-geral da República, Augusto Aras, recorreu da decisão monocrática do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio.
No recurso, o procurador-geral da República detalhou o papel de Name como chefe de uma organização que, entre outros crimes já praticados, planejava o assassinato de autoridades do estado de Mato Grosso do Sul, incluindo um delegado da PolÃcia Civil, um promotor do Gaeco, além de um defensor público e de familiares dessas autoridades.