Assim como qualquer remédio tarjado, o corticóide dexametasona só deve ser utilizado com prescrição médica, afirmaram a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Conselho Federal de Farmácia (CFF). O medicamento, que é um forte anti-inflamatório e imunossupressor usado em doenças reumatológicas e alérgicas, se mostrou, em pesquisa, eficaz no tratamento de doentes graves de coronavírus.
“Porém, os resultados positivos observados referem-se apenas a pacientes graves e sob suporte respiratório, não havendo benefício aparente entre aqueles pacientes leves e moderados de covid-19”, escreveu o CFF sobre o estudo batizado de Recovery, que ainda não foi publicado em nenhuma revista científica.
A Anvisa lembrou que para incluir a eficiência contra o coronavírus na bula do dexametasona, que é utilizado em doenças como reumatismo e asma, é preciso que haja a comprovação por meio de estudos desenvolvidos pelos laboratórios farmacêuticos. “Atualmente, existe um estudo aprovado e em desenvolvimento no Brasil para o uso de dexametasona no tratamento de covid-19. O tempo para o desenvolvimento destes estudos depende do patrocinador da pesquisa e das instituições de pesquisa envolvidas”, disse em nota.
Efeitos colaterais
O dexametasona tende a diminuir a produção natural do cortisol ou hidrocortisona, dois hormônios reguladores do corpo, além de induzir uma queda de imunidade, escreveu o sanitarista Gonzalo Vecina Neto em sua coluna no Estadão.
O Grupo DPSP, que detém as Drogarias Pacheco e a Drogaria São Paulo, disse que ainda não notou aumento na demanda do medicamento em suas redes e esclareceu que o papel do farmacêutico é orientar os clientes sobre o risco de automedicação e que o uso de remédios deve ser feito sempre com orientação médica.