Desde que o primeiro caso de coronavírus em solo brasileiro foi confirmado, na madrugada de quarta-feira, as notificações de casos suspeitos aumetaram em vários lugares do país. Em Campo Grande não foi diferente. Somente na quarta-feira, foram três casos. Na manhã desta quinta-feira, outros dois. Em meio a preocupação da população, o secretário de Saúde da Capital do Estado, José Mauro de Castro Filho, procura tranquilizar a população: “Não há motivo para pânico”, afirma.
Ele explicou que o plano de contingência para atender as suspeitas da doença tem sido revisto constantemente e que várias providências estão sendo tomadas.
Segundo o secretário, que também é médico, é mais fácil pegar gripe (cujo vírus circula há muito mais tempo no Brasil) do que coronavírus, lembrando que as duas doenças têm sintomas semelhantes.
Na quarta-feira, pessoas procuraram unidades públicas de saúde dos bairros Vila Almeida e Ana Maria do Couto, e também o Hospital Proncor. Na manhã desta quinta-feira, mais gente com sintomas foi ao Hospital Unimed e também à Unidade de Pronto Atendimento do Jardim Leblon.
As autoridades de saúde de Campo Grande descartaram o caso do Hospital Unimed. “Toda a rede está sendo orientada. Se não há um motivo para o paciente ser isolado, o paciente é liberado”, explicou Castro Filho.
O secretário lembra que os protolocos do coronavírus são muito específicos para se enquadrar um caso como suspeito. O fato de o paciente ter estado nos últimos dias em países onde o vírus circula (como alguns da Europa e Ásia) ou ter tido contato permanente com estas pessoas são determinantes.
Em Mato Grosso do Sul, por enquanto, somente o caso de um rapaz de 24 anos de idade, que esteve nos últimos 14 dias na China, Tailândia e na Alemanha, é tratado como suspeito. Ele está isolado no Hospital Regional da cidade de fronteira. O paciente está bem e até mesmo duvida que esteja mesmo com coronavírus, mas ainda segue sem contato com outras pessoas.
PÂNICO
Castro Filho considera normal que, diante do bombardeio de notícias sobre a doença mundo afora, as pessoas fiquem com medo e procurem as unidades de saúde quando apresentam sintomas de gripe comum, até mesmo sem contato com pacientes ou turistas que estiveram em áreas de risco.
“Eu entendo essa preocupação e acho justa, mas temos que entender que são realidades diferentes. Além de existirem evidências de que o vírus é menos agressivo em países tropicais, como o Brasil, os casos letais em sua maioria envolvem pacientes com mais de 60 anos com outras doenças associadas”, disse.
A principal preocupação das autoridades de saúde pública é a velha e conhecida dengue, que este ano já matou três pessoas, somente em Campo Grande.
-CE