Educação

Ata de reunião relata 30 minutos de espera por reitora, sala apertada e incômodo com a polícia

Houve ainda queixa pela falta de reuniões há 85 dias, “fato que jamais havia acontecido”.


Houve ainda queixa pela falta de reuniões há 85 dias, “fato que jamais havia acontecido”.

Realizada no dia 26 de setembro, a 97ª Reunião Ordinária do Couni (Conselho Universitário) da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) foi conturbada. Na ata obtida pelo Dourados News, os conselheiros relatam 30 minutos de espera pela reitora pro tempore, Mirlene Ferreira Macedo Damazio, que fez a convocação e não compareceu, falta de espaço na sala usada, e incômodo com a presença da polícia.

Presidente do conselho, a reitora divulgou nota naquele mesmo dia para comunicar o cancelamento dessa reunião sob a justificativa de não haver a segurança necessária para acontecer por causa da “invasão de pessoas com instrumentos musicais, balões e gritos”. Ela informou que foi reagendada para sexta-feira (4).  

No entanto, a ata indica que, apesar de todo o agitamento, tudo transcorreu de forma adequada porque o professor Sidnei Azevedo de Souza presidiu o conselho na condição de conselheiro com maior tempo de exercício na universidade.

“A reunião estava agendada para as 8h, ficou no aguardo do início pela presidente do Conselho para que desse início às atividades. Os membros do conselho ficaram no aguardo até as 8h30min, momento em que não foi registrada a presença da presidente para cumprir com a presidência da reunião”, detalha o documento.

Iniciados os trabalhos, foi proposta e aprovada a mudança do local da reunião, porque a Sala 304, “além de ser pequena e não adequada a um evento desta importância, não comportava todos os que estavam interessados em participar”.

Embora a reitora temporária tenha divulgado que a sala 304 foi organizada para “receber com conforto e segurança os 42 Conselheiros eleitos pela comunidade acadêmica e civil, para serem seus representantes”, os membros presentes à reunião da semana passada citam o artigo 30 do regimento do Couni, segundo o qual “as reuniões do Conselho Universitário serão públicas”.

Por unanimidade, os conselheiros aprovaram proposta de definição do local para reunião com mais de 100 lugares. “O conselheiro Carlos enfatiza a necessidade de uma sala ampla, que acomode mais professores, mais discentes, mais técnicos e, também, a comunidade douradense, ao invés da sala definida pela reitora como ‘sala dos conselhos’, com capacidade limitada”, consta na ata.

Houve ainda queixa pela falta de reuniões há 85 dias, “fato que jamais havia acontecido”.

Também de forma unânime, os conselheiros aprovaram a confecção de carta pelo não reconhecimento de Mirlene como reitora, e o envio de ofício ao MEC (Ministério da Educação) com pedido pela “nomeação do candidato presente na lista tríplice”, o professor Etienne Biasotto, que aguarda esse ato desde que foi eleito pela comunidade acadêmica e tornou-se alvo de uma demanda judicial já resolvida em 1ª instância.

A presença da polícia na UFGD chegou a gerar debate sobre possível nota de repúdio no Conselho. Conforme já revelado pelo Dourados News, equipes da Guarda Municipal, da Força Tática da Polícia Militar e de um delegado da Polícia Federal foram até a unidade I porque a reitora temporária havia solicitado, um dia antes, segurança por receio de invasão.