A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) realiza neste sábado (28) sua segunda etapa de provas deste ano, com a participação de 949.226 alunos de todo o país, sendo 898.263 de escolas públicas e 50.963 de escolas privadas, classificados na primeira fase. Os estudantes representam 50.663 unidades de ensino, das quais 45.036 são escolas públicas e 5.627, privadas.
A competição nacional é organizada pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e se destina a estudantes do 6º ano do ensino fundamental até o 3º ano do ensino médio. A coordenadora de Logística, Provas e Premiação da OBMEP, Érika Sholl, disse nesta semana à Agência Brasil que o número de escolas inscritas foi recorde na primeira fase (54.831), bem como o número de municípios: 5.554, ou o equivalente a 99,71% dos municípios do Brasil. A primeira fase da OBMEP reuniu 18,2 milhões de estudantes.
A OBMEP classifica para a segunda fase os 5% de alunos mais bem colocados de cada escola na primeira etapa. O Nível 1 (6º e 7º anos do ensino fundamental) terá 316.137 participantes; já o Nível 2 (8º e 9º anos do fundamental) contará com 277.852; e o Nível 3 (ensino médio), 355.237 alunos.
Questões dissertativas
Érika Sholl explicou que diferentemente da primeira fase, cuja prova é de múltipla escolha, a prova da segunda fase da olimpíada tem seis questões dissertativas, valendo 20 pontos cada. Outra grande diferença é que, na primeira fase, a aplicação das provas é responsabilidade das escolas. Na segunda fase, as provas são aplicadas por fiscais designados pela coordenação da OBMEP.
“São questões dissertativas, onde o aluno deve explicar a questão e os cálculos, bem como o raciocínio empregado. O estudante explica e exibe os cálculos”, disse a coordenadora.
A divulgação dos premiados está prevista para o dia 3 de dezembro e a entrega dos prêmios acontecerá no decorrer de 2020. Os premiados com medalhas de ouro participarão de uma cerimônia nacional de premiação que, normalmente, acontece no primeiro trimestre do ano seguinte à realização da OBMEP. “Como a OBMEP é nacional, a gente pode escolher determinado estado para fazer essa premiação”, esclareceu Érika. “O ideal é que essa premiação rode mesmo. Como é um programa nacional, a gente não precisa privilegiar determinado estado. Todos podem ser contemplados com essa cerimônia”.
As medalhas de prata e bronze e as menções honrosas são entregues em cerimônias regionais. A OBMEP distribuirá o mesmo número de medalhas das edições anteriores a alunos de escolas públicas, sendo 500 de ouro, 1.500 de prata, 4.500 de bronze e até 46.200 menções honrosas. Os estudantes de escolas particulares receberão 75 medalhas de ouro, 225 de prata, 675 de bronze e até 5.700 menções honrosas. Professores, escolas e secretarias de Educação também concorrem a prêmios, de acordo com o desempenho dos alunos na segunda fase.
Estímulo à matemática
Érika Sholl avaliou que a OBMEP serve para incentivar o aprendizado da matemática. “Com certeza. Incentivar esse aprendizado, mostrar que a matemática não é um bicho papão e descobrir os talentos. Você tem muitos alunos que não têm noção do talento que têm e até gosto pela matemática, que eles podem descobrir fazendo essa prova”. Explicou que a prova é composta por questões que precisam de criatividade e raciocínio lógico e não necessariamente de matemática pura e aplicada.
“Então, às vezes, você tem um menino que não tem noção ainda de que a matemática é interessante e ele descobre em uma questão dessas bem formulada, em que tem que atuar com o raciocínio lógico e com a criatividade e acaba tomando gosto e descobrindo que a matemática é bem legal. E isso acontece mesmo!”, disse.
Os estudantes classificados podem imprimir os cartões de confirmação e verificar os locais de prova na internet. A organização recomenda que os alunos cheguem aos centros de aplicação com ao menos trinta minutos de antecedência, portando documento original de identificação (carteira de identidade, certidão de nascimento ou carteira escolar), o cartão informativo da OBMEP, lápis, borracha e caneta esferográfica azul ou preta.
Criada em 2005, a OBMEP é uma realização do IMPA, com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) e recursos dos ministérios da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e Educação.