Justiça

Juiz federal de MS recorre à Itália para interrogar Cesare Battisti

Resta pendente o interrogatório para encerramento da instrução processual


Foto: Reprodução

O juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, pediu auxílio à Itália para interrogar Cesare Battisti. Apesar de ter sido extraditado em janeiro deste ano, após captura na Bolívia, o italiano responde a processo em Mato Grosso do Sul por crime contra o Sistema Financeiro Nacional.

Em seu despacho, o magistrado informa que, para encerrar a instrução processual, precisa do depoimento do réu. A justiça brasileira tentou ouvi-lo por videoconferência, mas não há previsão.“Assim, determino a expedição de solicitação de auxílio jurídico à Itália para o interrogatório do acusado Cesare Battisti”, informa o despacho do magistrado. O pedido de será encaminhado ao DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional).

Em 4 de outubro de 2017, Battisti foi flagrado com 6 mil dólares e 1.300 euros em Corumbá, a 429 quilômetros de Campo Grande, na fronteira com a Bolívia. Ele estava em um táxi boliviano com outros dois passageiros. A grande quantia em dinheiro chamou a atenção da PRF (Polícia Rodoviária Federal). 

Ele foi preso e encaminhado à delegacia de Polícia Federal de Corumbá. No dia 5 de outubro, durante a audiência de custódia realizada por videoconferência, teve a prisão preventiva decretada por evasão de divisa e lavagem de dinheiro.

Na sequência, no dia 6, o italiano obteve habeas corpus no TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) e foi libertado, mas com exigência de tornozeleira eletrônica. Ele veio a Campo Grande para a instalação e depois para a retirada do dispositivo de monitoramento eletrônico.

Cesare Battisti teve a prisão determinada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 13 de dezembro do ano passado, sendo localizado somente no dia 12 de janeiro de 2019, quando já estava em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.

Ele usava barba e bigode e respondeu em português aos policiais. Depois de identificado, não ofereceu resistência e foi preso. Cesare Battisti é condenado na Itália à prisão perpétua por homicídio quando integrava o grupo Proletariados Armados pelo Comunismo.