Dourados

Jornal O Progresso confirma encerramento da versão impressa após quase 70 anos

Diretores justificam medida em edição desta quarta-feira devido a “mudança no consumo da notícia”


Foto: Divulgação

Chega ao fim a era impressa do Jornal O Progresso em Dourados. Mais antigo periódico de Mato Grosso do Sul, com quase 70 anos de circulação interrupta, o jornal confirmou nesta quarta-feira (25) que irá encerrar as impressões nesta sexta-feira com 13.595 edições.

De acordo com a diretora-presidente, Adiles do Amaral Torres, a justificativa desta decisão é devido a “mudança no consumo da notícia” e a tendência para era digital. “Foi uma decisão difícil, mas pensada para o melhor de todos. Quero agradecer do fundo do meu coração aos nossos leitores e anunciantes que estiveram conosco durante todos esses anos e dizer que a marca permanece viva com o site O Progresso Digital”, disse Adiles na edição desta quarta-feira (25) do jornal.

O portal, hoje conduzido pela neta de Adiles, Louise Torres, passou por reformulação no final de 2018 e se desvinculou do impresso. Com o fim anunciado do periódico é possível que novidades devem ser anunciadas para o site em breve.

“Assim como iniciou suas atividades em 1920, em Ponta Porã, e depois ressurgiu em 1951 em Dourados, O Progresso se renova, dessa vez na era digital, num novo conceito”, revelou a diretora executiva, Blanche Torres, também na edição de hoje do impresso.

História

 

A história do jornal, como já dito, iniciou em 1920 em Ponta Porã com Militão Viriato e depois José dos Passos Rangel Torres em sua direção e tendo como editorial “defender os interesses coletivos”. Seis anos mais tarde, Torres foi nomeado Procurador de Justiça e teve que encerrar as atividades do jornal.

Em 1951 O Progresso ressurge em Dourados sob direção de Weimar Gonçalves Torres, filho do primeiro diretor com a manchete “A marcha de Dourados para o progresso”. Mais tarde, ele é eleito Deputado Federal e segue com a família para Brasília, mas sem deixar o comando do periódico.

Em 1969, após a morte de Weimar em um acidente aéreo, a direção do jornal passa para seu sogro, Vlademiro do Amaral, com apoio de Adiles, viúva de Weimar.

Adiles assume de vez a diretoria em 1982 e estava no cargo até hoje mantendo inclusive uma coluna duas vezes por semana.