Política

Azambuja critica sensacionalismo em matéria 'requentada' da Globo

A reportagem da Globo é baseada basicamente em depoimentos de presos pela polícia após roubar o carro de um homem que transportava dinheiro que supostamente seria de pagamento de propina, ocorrido em 2017.


Governador Reinaldo Azambuja se manifesta sobre matéria que foi ao ar - Crédito: Divulgação

O governador Reinaldo Azambuja se manifestou com veemência à nova reportagem exibida na noite de ontem (22/9) durante o programa Fantástico, da Rede Globo, sobre assunto que considera “requentado”, o suposto esquema de cobrança de propina na concessão de incentivos fiscais a empresas instaladas no Estado, só que desta vez envolvendo o filho dele, Rodrigo Souza e Silva. 

A reação do governador foi em resposta ao material que cita Rodrigo por ser investigado por suspeita de envolvimento em esquema de “queima de arquivo”. A reportagem da Globo é baseada basicamente em depoimentos de presos pela polícia após roubar o carro de um homem que transportava dinheiro que supostamente seria de pagamento de propina, ocorrido em 2017.

A denúncia é assinada por três promotores de justiça, entre eles Marcos Alex Vera de Oliveira, em que acusam Rodrigo de ter planejado o roubo do dinheiro de propina e a morte de José Ricardo Guitti Guímaro, o Polaco. Tem sido comum três promotores assinarem procedimento, em que apenas um deles vem atuando, estratégia usada para preservar o autor, de acordo com informações de membros do Ministério Público.

“Sempre tenho dito que a verdade prevalece à mentira. Quando quiseram me atingir lá atrás, numa matéria no mesmo veículo, veio a justiça e arquivou por 11 a zero, infelizmente pós arquivamento não deram nem uma linha do arquivamento”, criticou Reinaldo Azambuja. Ele se refere à decisão de outubro do ano passado, quando por unanimidade o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pelo arquivamento de inquérito sobre suposto esquema de propina em que Polaco era a principal figura.

Em depoimento à Polícia Federal de Brasília no ano passado, o próprio Polaco desmentiu existência de esquema de propina no Governo do Estado. “Daqui uns dias teremos mais um arquivamento e só gostaria que o próprio veículo esclareça a verdade”, completou. Azambuja disse confiar na Justiça mais uma vez, depois que todos os fatos forem esclarecidos, como ocorreu no caso arquivado pelo STJ.
Segundo o governador, o procedimento aberto pelo promotor Marcos Alex Vera de Oliveira tecnicamente é falho, cheio de vícios e inconsistente. “Se você olhar a questão processual, você vai ver claramente os vícios do processo que demandaram. É bom que investigue, que apure, que a verdade será restabelecida”.

Dois aspectos desse caso reforçam essa expectativa de Reinaldo Azambuja. Primeiro que no caso do processo arquivado pelo STJ, o próprio órgão acusador, o Ministério Público Federal (MPF) fez o pedido por não ter encontrado “indícios mínimos de crime” e em sua manifestação pelo fim do procedimento, o vice-procurador-geral da República enfatizou: “Ocorre que o cenário apresentado por José Alberto Miri Berger [empresário] acabou ele próprio desconstruído, tornando sem justificativa a existência deste inquérito”.

Na chamada do Fantástico que começou a ser exibida na sexta-feira, foi usada imagem que gerou a investigação, do empresário José Alberto Miri Berger, sócio a Braz Peli, repassando dinheiro a Polaco”. Justamente a investigação que o STJ determinou o arquivamento por falta de provas.

Outro aspecto é de que no processo em tramitação na Justiça Estadual, a juíza de primeiro grau não acolheu o pedido do promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, para que Rodrigo se tornasse réu, acusado de ter planejado o roubo de dinheiro de suposta propina pago a Polaco, e de ter planejado a morte dele.

“A juíza de primeira instância fez uma análise processual e negou de pronto e propôs o arquivamento, o Tribunal entendeu que deveria ser investigado. É bom que se investigue, porque a verdade mais uma vez será restabelecida”, afirmou Azambuja.

Ele lembrou que o promotor Marcos Alex de Oliveira responde a sindicância no Conselho Nacional do Ministério Público, solicitada por Rodrigo Souza Silva, em que são relatados vícios no procedimento investigatório aberto pelo promotor, o que indica perseguição ao filho do governador.