Após o TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) aceitar em sessão do Órgão Especial denúncia contra o juiz aposentado Odilon de Oliveira por omissão no caso em que seu ex-assessor, Jedeão de Oliveira, destruiu documentos em seu gabinete, Odilon se defendeu afirmando que foi ele quem iniciou essa apuração e demitiu Jedeão.
“O fato diz respeito não aos desvios praticados pelo ex-diretor de secretaria [cargo ocupado por Jedeão, que também é seu primo], mas a uma trituração de papéis em seu último dia de trabalho. Certamente o fez para tentar encobrir falcatruas. Seis dias depois, a pedido meu, o Tribunal o exonerou”, frisa Odilon.
O juiz aposentado, que concorreu ao Governo do Estado pelo PDT em 2018 e foi derrotado no segundo turno por Reinaldo Azambuja (PSDB), ainda destaca que Jedeão já foi condenado pelos desvios a 41 anos de prisão e todos os demais servidores e juízes da vara onde ele estava nomeado foram isentados pela Justiça.
“Todas as apurações das falcatruas do ex-diretor foram feitas por mim, também porque a corregedoria não tinha como permanecer todo esse tempo em Campo Grande”, conclui Odilon de Oliveira, que é nome ventilado com intenções eleitorais para 2020.
De acordo com Odilon, foi ele mesmo quem deu início a todas as apurações relativas aos crimes cometidos por Jedeão. O juiz aposentado também destaca que a ação trata-se de um mero processo administrativo, pois a questão penal, atualmente em grau de recurso, não encontrou envolvimento de mais ninguém.
A ação
A abertura da ação que tem Odilon como alvo foi definida pelos desembargadores do TRF3 nesta quarta-feira (11), por maioria de votos. A intenção é apurar a destruição de documentos da 3ª Vara Federal de Campo Grande pelo ex-diretor subordinado ao magistrado, Jedeão de Oliveira.
O nome de Jedeão veio a público, pela primeira vez, em agosto de 2016, pouco depois de sua exoneração da 3ª Vara Federal, acusado de desvios onde trabalhou por 21 anos, que somam mais de R$ 11 milhões. Ele era o diretor de secretaria do juizado comandado até então por Odilon de Oliveira, seu chefe imediato e primo de 5° grau.