Em um ato de crueldade direcionado a um cachorro que vive nas ruas, um homem, ainda não identificado, tirou a focinheira do seu pit-bull enquanto passeava pela avenida Saramenha, no bairro Guarani, na região Norte, e atiçou o animal para que atacasse o outro, que estava nas proximidades de um bar, na altura do número 1.000. O pit-bull, então, começou a morder o pescoço do cachorro, enquanto este tenta se desvencilhar do ataque sem sucesso.
O caso ocorreu na última quarta-feira (4) e foi registrado pelo motorista Vander Martins, 51, uma das pessoas presentes no local e que se revoltou com a situação. Nesta sexta-feira (6), o deputado estadual Osvaldo Lopes (PSD) enviou ofício para a Delegacia Especializada (Dema) para que seja aberta investigação.
De acordo com Vander, o autor só separou os cachorros depois de muitas pessoas reclamarem, a ponto de quase partirem para a agressão. “Nós só não continuamos a brigar, pois ele disse que estava armado e dizendo que era sargento da Polícia Militar. No dia seguinte (quinta-feira), soube que ele voltou ao local, já fardado, e fez ameaças contra as pessoas que brigaram com ele”, comenta.
O animal atacado, prossegue Vander, ficou com o pescoço bastante ferido e teve de ser levado para uma clínica veterinária. O cachorro foi levado à unidade de saúde animal por uma jovem, que pediu para não ser identificada, pois, segundo ela, vem recebendo ameaças do tutor do pit-bull. “Ele teve vários ferimentos no pescoço e ainda está internado”, diz.
Ela postou o vídeo no seu Instagram e, logo em seguida, recebeu mensagens ofensivas, como "Cala a boca, desgraçada, se não a próxima é você" e "Vagabunda". "Parece que ele criou um perfil fake para me atacar", crê.
Cachorro dócil
O motorista relatou que o cachorro é muito dócil. “Apesar do grande porte, ele nunca atacou ninguém”, afirma. "Nós o conhecemos, ele é sempre alimentado pela gente", fala Vander.
Depois do ocorrido, Vander chegou a chamar a PM, mas não registrou boletim de ocorrência. “Fiquei por lá até 40 minutos depois do que aconteceu. Fiquei sabendo que a polícia chegou mais de uma hora depois”, aponta. Como forma de denunciar, ele postou o vídeo nas redes, que foi replicado por alguns amigos. “Eu sabia que nas redes a informação iria circular para que as pessoas reconheçam o agressor”, pontua.
A reportagem do jornal O TEMPO decidiu não publicar o vídeo por conter imagens fortes.
Polícia deve investigar
Após ter conhecimento do vídeo, a assessoria do Osvaldo Lopes entrou em contato com Vander para colher mais detalhes sobre o caso. Como o motorista não tinha informações como o nome do dono do pit-bull, a Polícia Civil orientou o parlamentar a enviar ofício para a instituição para que uma investigação seja aberta para apurar o caso.