Policial

Facada em Bolsonaro completa um ano e agressor continua preso

Acusado do crime, Adélio Bispo está detido no presídio federal de Campo Grande


Adélio Bispo está preso em Campo Grande - Foto: Arquivo / Correio do Estado

Há exatamente um ano, o então candidato e atual presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi alvo de uma facada na barriga, no momento em que era carregado por apoiadores em ato de campanha, em Juiz de Fora (MG). Na manhã de hoje (6), grupo de cerca de 40 pessoas se reuniu no Palácio da Alvorada e cantou “parabéns” em homenagem ao que Bolsonaro considera como “renascimento”. "Há um ano eu nasci em Juiz de Fora", disse o presidente.

Autor da facada contra o presidente, Adélio Bispo de Oliveira, 41 anos, é de Montes Claros, cidade do Norte de Minas Gerais, a 422 quilômetros de Belo Horizonte, e está detido na Penitenciária Federal de Campo Grande há 10 meses, isolado numa cela de sete metros quadrados desde o dia 8 de setembro do ano passado.

Adélio foi preso em flagrante no dia do crime e confessou o ataque, afirmando ter agido sozinho e, em depoimento à Polícia Federal, disse ter desferido o golpe a mando de Deus. Ele foi indiciado por prática de atentado pessoal por inconformismo político, crime previsto na Lei de Segurança Nacional, e transferido para a Capital de Mato Grosso do Sul dois dias após o atentado.

Em maio deste ano, após a realização de laudos periciais oficiais, o juiz do processo criminalconcluiu que Adélio é inimputável, ou seja, de acordo com as leis penais, não pode ser responsabilizado criminalmente por seus atos. De acordo com a perícia, o acusado é portador de transtorno delirante persistente.

No dia 14 de junho, o juiz Bruno Savino, da 3ª Vara da Justiça Federal em Juiz de Fora (MG), absolveu Adélio Bispo do atentado contra o presidente Jair Bolsonaro. 

Na sentença, o juiz aplicou a figura jurídica da “absolvição imprópria”, na qual uma pessoa não pode ser condenada. Como, no caso de Adélio, ficou constatado que ele é inimputável, não poderia ser punido por ter doença mental.

A prisão foi convertida em internação em manicômio judiciário por tempo indeterminado. Por conta da periculosidade do acusado, ele permanecerá no presídio federal de Campo Grande.

No dia 16 de julho, a justiça informou que não cabe mais nenhum recurso da decisão. A sentença transitou em julgado no dia 12, ou seja, o processo foi encerrado. Bolsonaro e o MPF não recorreram.