A Justiça Federal determinou as datas das audiências dos réus por envolvimento com quadrilha de tráfico internacional de drogas desmantelada pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Laços de Família. O subtenente da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul Silvio Cesar Molina Azevedo, preso no Presídio Federal de Mossoró (RN) e tratado como chefe da organização criminosa, será o último a ser ouvido. Desta forma, seguindo o rito processual, não poderá acompanhar os outros interrogatórios.
Segundo decisão, o primeiro a ser ouvido será Felipe Ramos Morais, piloto do PCC (Primeiro Comando da Capital), em razão de sua condição como colaborador com com a Justiça. “Outrossim, a ordem dos interrogatórios seguiu-se de acordo com a disponibilidade de pauta dos locais de conexão, adotando-se como critério a opção que oportunizasse findar os atos de instrução de forma mais célere”, explicou o juízo.
Conforme denúncia, Molina era tido como líder do esquema criminoso e, por sua posição de policial militar da ativa, tinha grande influência na cidade de Mundo Novo, deixando transparecer que exercia suas funções com abuso de poder para favorecer criminosos, perseguir inimigos, inclusive, com emprego de violência e grave ameaça .
Às 14 horas do dia 28 de novembro, são interrogados Maicon Henrique Rocha Nascimento e Jair Rockenback. No dia 29 é a vez de Cláudio César de Morais e Marcos Teixeira, no dia 9 de dezembro é a vez de Lizandra Mara Carvalho Ricas e Adayldo de Freitas Ferreira, no dia 10 de dezembro falam Wellington Moura Ferreira e Jeferson Batista de Souza, no dia 12 de dezembro falam Jeferson Alves Rocha e Douglas Alves Rocha e, por fim, no dia 13 de dezembro, é a vez de Molina.
Além dos crimes de lavagem e ocultação de bens, o PM Silvio César é suspeito de envolvimento do duplo homicídio de Nasser Kadri e Eneas Mateus de Assis, ocorrido no dia 11 de janeiro do ano passado. Os corpos foram localizados no Rio Pomba, em Minas Gerais.
As investigações que resultaram na prisão do PM contaram com auxílio da Polícia Federal e conforme as informações, o crime foi motivado “em razão da existência de uma guerra de violentas quadrilhas arquirrivais de tráfico internacional e nacional de substâncias entorpecentes'.
Parte de provas foram compartilhadas pela Polícia Federal na “Operação Laços de Família', que também investiga Silvio. Segundo a investigação, ele liderava esquema de tráfico de drogas em Mundo Novo.
O município que faz fronteira com o Paraguai seria a base de operação do grupo criminoso. Grandes carregamentos de drogas do grupo foram remetidos a diversos pontos do País, em especial na região Nordeste. O gosto pela ostentação foi um dos pontos que mais chamou a atenção da equipe policial.
Um dos acusados, segundo o Ministério Público Federal, circulava a bordo de veículos de luxo de marcas famosas como Ferrari, Mercedes, Land Rover e Dodge Ram, ‘além de desfrutar de um padrão de vida incompatível, que se traduzia em viagens internacionais e festas caras’.
Como estratégia para lavagem do dinheiro de origem ilícita, foram identificados atos de dissimulação de origem e de ocultação de propriedade de bens, valores e direitos.