Política

Exames confirmam que presidente do Uruguai tem tumor maligno

O tratamento que será realizado será definido após o resultado dos estudos ainda em curso


Exames confirmam que presidente do Uruguai tem tumor maligno

A Presidência da República do Uruguai emitiu um comunicado oficial na tarde de hoje (23) confirmando que Tabaré Vázquez está com um tumor maligno no pulmão.

O oncólogo responsável pelo exame, Mauricio Cuello, informou que "no dia de hoje se realizou a intervenção diagnóstica prevista onde se confirmou a presença de um tumor maligno. O informe definitivo estará disponível nos próximos dias".

A nota diz ainda que o presidente está em excelente estado de saúde e que superou o procedimento sem complicações. O tratamento que será realizado será definido após o resultado dos estudos ainda em curso.

No início desta semana, Vázquez convocou uma coletiva de imprensa para informar que, em um exame de rotina, havia sido detectado um nódulo no pulmão direito.

Há menos de um mês, no dia 31 de julho, a esposa de Vázquez, María Auxiliadora Delgado, faleceu de infarto. Eles estavam casados há mais de 50 anos. Vázquez tem 79 anos.

Vida marcada

O câncer marcou profundamente a vida de Vázquez. Na década de 1960, ele perdeu a mãe, o pai e a irmã, todos vítimas da doença. Nos anos 1970, Vázquez ingressou no Serviço de Radioterapia da Faculdade de Medicina e, partir de então, dedicou a sua vida à oncologia.

Apesar de já ter sido fumante, Vázquez não fumava há mais de 50 anos. E, após ter deixado o hábito, se tornou um crítico atroz do tabaco. No primeiro mandato como presidente, em 2008, aprovou a lei que proíbe o fumo em locais fechados e impõe restrições severas à publicidade de cigarros.

Vázquez publicou um livro em 2011, intitulado Crônicas de um mal amigo, em que aborda a doença. “É um flagelo da humanidade que chega sem ser chamado, fica sem ser convidado e se desenvolve em organismos sem primeiro levantar suspeitas sobre suas intenções. Um belo dia - melhor dito, um dia ruim - é apresentado em cena no que constitui o último ato de uma longa representação biológica, que passou em silêncio, talvez por muito tempo e que se não diagnosticada em tempo hábil e tratada adequadamente, ele acaba destruindo quem lhe deu abrigo”, escreveu Vázquez sobre o câncer.