As duas siglas com as militâncias mais ferrenhas do Brasil, o Partido dos Trabalhadores (PT), do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o Partido Social Liberal (PSL), do presidente Jair Bolsonaro, por pouco não terão um embate neste sábado (24), por conta da possibilidade de cruzamento das agendas em Campo Grande. Há informações extraoficiais de que o presidente Bolsonaro estará na abertura do Rally dos Sertões 2019, na praça do Papa.
Curiosamente, no mesmo dia o ex-presidenciável e ferrenho opositor de Bolsonaro Fernando Haddad teria agenda na cidade, em razão da caravana Lula Livre. Mesmo sem confirmação da vinda de Bolsonaro para Campo Grande por parte da direção estadual e municipal do PSL, a expectativa é grande.
Questionado sobre a possível presença do presidente no evento, o deputado federal e presidente municipal do PSL, Loester Trutis, deixou no ar a possibilidade da visita. “Ele [Bolsonaro] ainda não confirmou oficialmente”, disse o parlamentar.
O deputado estadual Coronel David (PSL), amigo de Bolsonaro, disse que o presidente foi convidado por ele para vir a Mato Grosso do Sul ver o trabalho do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), no entanto, o presidente pediu para que o governo do Estado montasse uma agenda para a visita oficial se concretizar.
“Eu desconheço que o presidente Bolsonaro venha aqui no Rally dos Sertões. Eu convidei ele para vir até Dourados ver o trabalho do DOF, mas ele me respondeu que não poderia ir só para isso. Então, pediu para que o governo do Estado fizesse uma agenda para ele vir. A presidência da República já ligou para o governo do Estado, só não tem data ainda”, explicou.
Com maior número de votos em Mato Grosso do Sul nas eleições do ano passado, chegando a 65,22%, que representam 872.049, Bolsonaro deve vir ao Estado em segredo, para que não haja protestos.
Por providência divina ou não, Bolsonaro e Haddad não vão se cruzar aqui em Campo Grande, já que o petista cancelou os compromissos que estavam marcados em Dourados e na Capital nos dias 23 e 24, respectivamente.
Em nota encaminhada à imprensa na terça-feira (20), apenas quatro dias antes do compromisso, o vice-presidente nacional do PT e coordenador das caravanas, Márcio Macêdo, informou sobre o cancelamento da agenda em Mato Grosso do Sul.
“Lamento informar que a caravana Lula Livre, com Fernando Haddad no Centro-Oeste, MT e MS, será adiada por conta de compromissos profissionais emergenciais de Haddad nas suas atividades como professor. Tão logo possível definiremos uma nova data”.
Sem mais detalhes sobre a mudança, a possibilidade da visita de Bolsonaro para cumprir agenda pública na Capital no fim de semana pode ter sido o motivo do recuo do PT.
Outra especulação em torno do cancelamento da vinda de Haddad para Campo Grande foi a condenação do petista pelo crime de caixa dois na segunda-feira (19).
O processo contra o petista surgiu de uma apuração que visava identificar o uso de recursos da empreiteira UTC na confecção de material da campanha de Haddad para a prefeitura em 2012. A Justiça Eleitoral decretou pena de 4 anos e 6 meses de reclusão e 18 dias-multa, cada um no valor de um salário mínimo vigente à época.
“Conversei com a direção nacional e me falaram que a caravana Lula Livre com Fernando Haddad será remarcada para meados de setembro, depois do PED, e manterá o itinerário Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás”, explicou o presidente regional do PT, José Orcírio Miranda dos Santos, Zeca do PT.