Em 31 de agosto de 2016, o agente penitenciário Enderson Bogas Severi sofria um atentado à luz do dia em uma rua de Naviraí, cidade que fica a 359 quilômetros de Campo Grande. O crime, que foi atribuído ao PCC (Primeiro Comando da Capital), teria sido em alusão às comemorações do aniversário da facção, que acontece em 1º de setembro.
O fato ainda aconteceu menos de um mês após a rebelião no Presídio de Segurança Máxima daquele município. Naquela última quarta-feira de agosto, Enderson seguia de motocicleta logo após deixar o filho na creche quando sofreu uma emboscada. Quatro rapazes em outras duas motos passaram por ele atirando e atiraram cinco vezes, o atingindo com quatro disparos.
A ação foi filmada por uma câmera de segurança e durou menos de 10 segundos. Enderson foi socorrido e levado ao hospital de Dourados com ferimentos no abdômen, pernas e coluna. Ele estava consciente e o estado de saúde era delicado, sendo que ele permaneceu internado por algum tempo e três meses depois fazia tratamento em Brasília (DF) por conta das sequelas.
As primeiras investigações deram conta que o crime teria relação com a rebelião no Presídio de Segurança Máxima de Naviraí, onde o agente trabalhava desde 2011. Áudios interceptados na época apontavam que os membros da facção combinavam o crime de diferentes cidades do interior de Mato Grosso do Sul e até de outros estados.
Ao todo 18 envolvidos no crime foram identificados e ações entre Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal ocorreram no decorrer dos meses para efetuarem as prisões. Dois anos após o atentado, em 30 de agosto de 2018, o juiz determinou que os réus passem por tribunal do júri, que ainda não teve datas marcadas.