Policial

Polícia Civil vai apurar profanação de corpo de Rafaat

Fato teria sido descoberto pela polícia do Rio de Janeiro


"Rei da fronteira" foi executado em 2016 - Foto: Arquivo/ Correio do Estado

A Polícia Civil de Ponta Porã abriu uma investigação para apurar suposta violação a sepultura, além de vilipêndio ao corpo do narcotraficante Jorge Rafaat. O caso veio a tona  nesta semana, depois que documentos relativos a investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro teriam vazado para a imprensa local, mas teria ocorrido no dia 15 de junho de 2017.

Conforme o delegado regional de Ponta Porã, Clemir Vieira Júnior,  nenhuma denúncia sobre o fato foi registrada em Mato Grosso do Sul. No entanto, a partir da divulgação da notícia em veículos de comunicação, a Polícia Civil decidiu adotar providências. “Não tinha nada formalizado, então surgiu um fato através da imprensa e nós abrimos a investigação solicitando informações à família e à prefeitura - que é quem administra o cemitério, para saber se essas informações são procedentes ou não”, disse.

O delegado explicou ainda que, caso a Polícia Federal esteja investigando o caso, como também foi ventilado em algumas notícias sobre o caso, o inquérito deveria ter sido compartilhado. “Esse é o trâmite e pode ser que ainda façam isso [o compartilhamento]. Mas o nosso primeiro passo é confirmar se o crime ocorreu mesmo e, se ocorreu, continuar com as diligências para localizar os autores”, explicou o delegado.

Já o superintendente da Polícia Federal, Cléo Mazzotti, disse que não há investigações sobre o assunto nas delegacias da PF em Mato Grosso do Sul. "Não fui informado de nada com relação a isso, até porque vilipêndio seria investigado pela polícia estadual, não é da nossa atribuição", afirmou.

DEMONSTRAÇÃO DE PODER

A suposta profanação do cadáver de Rafaat teria sido revelada na última terça-feira (23), pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. 

Segundo o jornal ‘O Dia’, no exato aniversário de um ano da execução cinematográfica -que incluiu a perfuração do carro blindado do antigo líder da fronteira com artilharia ponto 50, capaz de derrubar aviões, em uma rua de Pedro Juan Caballero- -, Elton Leonel Rumich, conhecido como ‘Galã, mandou seguidores desenterrarem o corpo em um cemitério de Ponta Porã e atearem fogo. O gesto seria uma demonstração do poder da facção na região.

Há informações de que um vídeo, que teria sido encontrado no celular de um traficante da quadrilha, preso pela polícia fluminense, mostra o corpo sendo retirado de dentro do túmulo e queimado. Porém, o vídeo ainda não foi divulgado, nem há a confirmação de que ele existe, segundo nota da Polícia Federal de MS divulgada hoje: “A Polícia Federal no Mato Grosso do Sul não tem nenhum conhecimento e nenhuma informação sobre um suposto vídeo acerca de vilipêndio a cadáver ocorrido em Ponta Porã. Não existe informação sequer acerca da existência deste suposto vídeo”.

Em um diálogo, supostamente encontrado no mesmo celular, ‘Galã’ teria ordenado que os comparsas para sumissem com o caixão. E que o ato serviria para causar pânico, demonstrando que eles estavam “fortemente na pista”.

 

Na sexta-feira, a Polícia Federal em Mato Grosso do Sul cumpriu mais um mandado de prisão preventiva contra o traficante. Na investigação, ficou comprovado o uso de imóveis no nome de parentes dele para lavar dinheiro do tráfico.