Anunciada nesta terça-feira (23/07), a abertura do mercado Chinês para derivados do leite produzidos no Brasil deve impulsionar a retomada da produção interna e regular os preços para a indústria laticínia, avalia a presidente do Silems (Sindicato das Indústrias de Laticínios de Mato Grosso do Sul). O anúncio foi feito pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, que está de férias em Mato Grosso do Sul, mas concedeu entrevista à imprensa para comemorar o acesso aos consumidores chineses.
Segundo a ministra, mais detalhes sobre acordo com a China, como os tipos de estabelecimentos brasileiros que estarão habilitados a exportar, e em qual quantidade, deverão ser divulgados amanhã. Tereza Cristina antecipou apenas que, entre os produtos que poderão ser exportados, estão os "não fluidos", como leite em pó, queijos e leite condensado.
A medida deve aquecer a produção das indústrias da região Sudeste, aumentando a demanda por leite, inclusive o sul-mato-grossense, e movimentando toda a cadeia produtiva. “A partir do momento que houver um aquecimento entre as indústrias brasileiras maiores, que já processam estes produtos autorizados a entrar na China, aumentará a demanda pelo leite de Mato Grosso do Sul. Desta forma, os produtores serão mais bem remunerados, e a produção local de leite local, que caiu bastante, será normalizada, beneficiando diretamente toda cadeia produtiva, os produtores, a indústria e o consumidor”, explica a presidente do Silems, Milene Nantes.
A ministra Tereza Cristina também ressaltou que a medida vai impulsionar o segmento. “O Brasil sempre quis ter acesso ao mercado chinês para poder tirar o produto do mercado interno, melhorando o preço para o produtor brasileiro”, diz. Ela lembrou, ainda, da possibilidade de reabertura do laticínio Lactalis, em Terenos (MS), cuja planta industrial está desativada desde 2017. “A expectativa de reabrir e receber e melhorar o leite de Mato Grosso do Sul é grande com esta notícia”, finaliza.
Indústria do leite em MS
Atualmente, 22 estabelecimentos processam leite em Mato Grosso do Sul, e outros 59 estão registrados na atividade “fabricação de laticínios”, segundo o Radar Industrial da Fiems.
Em 2018 os laticínios do Estado processaram 104,4 milhões de litros de leite, indicando queda de 12% em relação a 2017, quando foram processados 118,5 milhões de litros.
No primeiro trimestre de 2019 foram processados 29,9 milhões de litros de leite pelos laticínios sul-mato-grossenses, indicando queda de 4% em relação ao mesmo período de 2018, quando foram processados 31,3 milhões de litros de leite.