Vendedor levou marretadas de de pastor após se recusar a fazer negócio em São Vicente, SP — Foto: Reprodução/Redes Sociais
A PolÃcia Civil em São Vicente, no litoral de São Paulo, investiga as agressões a um jovem, de 25 anos, que teve a cabeça ferida e uma perna quebrada por um pastor de uma igreja evangélica de Praia Grande, cidade vizinha. De acordo com as autoridades, a vÃtima foi alvo de marretadas após ter a casa invadida. As informações foram divulgadas pela polÃcia nesta sexta-feira (12).
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Em entrevista ao G1, o comerciante Jhonatan Demer Lima, vÃtima das agressões, afirma que o conflito começou após o pastor se recusar a pagar por um cachorro que comprou do jovem, o que fez com que o comerciante pegasse de volta o animal de estimação. "Ele não quis pagar pelo cachorro, me ameaçou e veio até a minha casa para me matar", conta.
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"Ele entrou em contato comigo em março para comprar um cachorro. Como eu não tinha a pronta-entrega, ele deu uma entrada e ficou comprometido a pagar o restante, cerca de R$ 1.900, assim que pegasse o filhote, o que aconteceu em junho. Depois de muita insistência, ele fez uma transferência para mim e veio até a minha casa, na noite do dia 5 de julho, para buscar o filhote. Foi aà que o problema começou", conta.
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Jhonatan afirma que a transferência que recebeu do pastor era falsa, e não teve o valor creditado em sua conta. Após pegar o cachorro, o comprador passou a evitar o contanto com o vendedor. "Ele sempre inventava uma desculpa para não pagar, falava que não tinha mais limite para fazer o saque do dinheiro, ou que a minha máquina de cartão estava com problemas".
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"Ele chegou a oferecer um celular e um vÃdeo-game até conseguir reunir o dinheiro. Eu não tinha interesse, mas aceitei para dar tempo a ele, só que ele desistiu. Depois de muita luta, combinamos um lugar em Praia Grande para ele me devolver o cachorro, só que ele me enrolou e não apareceu. Tive que ir até a casa dele para pegar o filhote", relata o comerciante.
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Após recuperar o animal em 4 de julho, Jhonatan afirma que passou a ser ameaçado pelo pastor pelo telefone. "Apenas peguei o cachorro, tranquilamente, avisei que a compra não seria mais feita e que devolveria o dinheiro da entrada. No mesmo dia, ele me ligou e disse que viria até a minha casa para pegar o filhote. Apenas bloqueei o contato dele e deixei para lá".
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"No dia seguinte, o pastor apareceu com o irmão e uma mulher na porta da minha casa, e começaram a gritar que iriam pegar o cachorro de volta. Eu falei para eles irem embora e dei as costas para tentar colocar meus cachorros em casa, então ouvi eles batendo no portão para tentar derrubar. Ele e o irmão quebraram parte do portão com marretas e partiram para cima de mim", afirma.
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Foi durante a briga que Jhonatan foi atingido na cabeça pelas marretadas dos agressores, além de ter a perna esquerda quebrada durante a confusão. "Eles acertaram um golpe na minha cabeça, no quintal de casa, então caÃmos para o lado da rua e eles continuaram a me agredir. Eles tentavam acertar meu rosto, e enquanto eu me defendia com a perna, eles a quebraram também", diz.
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"Foi por muito pouco que não aconteceu uma desgraça. Os vizinhos viram, separaram o pastor e o irmão e eles foram embora. O Samu e a PM chegaram depois, mas como eu perdi sangue, desmaiei e eles me levaram para o Hospital Municipal de São Vicente. Lá, tomei 10 pontos na cabeça e os médicos falaram que foi por muito pouco que eu não morri. Sinto que realmente nasci de novo", desabafa.
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Desde então, Jhonatan não teve mais contato com o agressor, e um boletim de ocorrência sobre o caso foi registrado como desinteligência na Delegacia Sede de São Vicente. "Nos bloqueamos nas redes sociais, não temos mais qualquer contato. Na hora eu só conseguia pensar nos meus cachorros, na segurança deles, que são como filhos para mim. Mas agora quero justiça, quero me sentir seguro de novo".
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O G1 tentou contato com o pastor acusado de ser o responsável pela agressão, mas não obteve resposta até a última atualização desta matéria. Em contato com a reportagem, a polÃcia afirmou que está investigando o caso.
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