atiana Azeviche/Governo da Bahia / Agricultura - Cultura - Meio Ambiente - Vaquejada Eventos deverão contar com médico veterinário, árbitro e local adequado para o descanso dos animais
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na terça-feira (9), por 402 votos a 34, o texto-base do projeto de lei que regulamenta as práticas da vaquejada, do rodeio e do laço no Brasil (PL 8240/17).
Os deputados continuarão a análise dos destaques apresentados em outra sessão a ser marcada.
A proposta é consequência da Emenda Constitucional 96, que, entre outros pontos, reconhece a vaquejada como um bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro.
A emenda determinou a regulamentação da prática por uma lei especÃfica, que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
De acordo com o texto aprovado hoje, ficam reconhecidos o rodeio, a vaquejada e o laço como expressões esportivo-culturais pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro de natureza imaterial, sendo atividades intrinsecamente ligadas à vida, à identidade, à ação e à memória de grupos formadores da sociedade brasileira.
O relator, deputado Efraim Filho (DEM-PB), defendeu a importância do projeto. "A intenção é regulamentar o bem-estar animal nesses eventos, como a obrigatoriedade de médico veterinário, juiz, tamanho mÃnimo de curral para evitar o confinamento", disse.
Por outro lado, a proposta foi criticada pelo lÃder do Patriota, deputado Fred Costa (MG), que disse que a vaquejada comete "atrocidades contra animais usando a cultura do subterfúgio".
"Esta proposta é um atentado contra os animais."
Segundo a deputada MarÃlia Arraes (PT-PE), a votação do projeto sobre a vaquejada faz parte de uma "moeda de troca" do governo em busca de apoio da bancada ruralista para a reforma da Previdência (PEC 6/19), que está na pauta do Plenário.
Regras
A proposta aprovada nesta terça-feira define as modalidades que passam a ser reconhecidas como esportivas, equestres e tradicionais.
Na lista estão, entre outras, o adestramento, o concurso completo de equitação, o enduro, o hipismo rural, as provas de laço e velocidade, a cavalgada, a cavalhada, o concurso de marcha, a corrida, as provas de rodeio e o polo equestre.
O texto determina ainda que deverão ser aprovados regulamentos especÃficos para o rodeio, a vaquejada, o laço e as demais provas equestres, por suas respectivas associações, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Esses regulamentos terão de contemplar regras que assegurem a proteção e o bem-estar dos animais, e prever punições para os casos de descumprimento.
Sem prejuÃzo de outras leis que tratem do bem-estar dos animais, deve-se, em relação à vaquejada, assegurar água e alimentação suficiente sempre à disposição, assim como um local apropriado para o descanso.
Também prevenir ferimentos e doenças por meio de instalações, ferramentas e utensÃlios adequados, além da prestação de assistência médico-veterinária.
O projeto estabelece que os promotores de eventos utilizem protetores de cauda em todos os bois, além de garantirem uma quantidade mÃnima de areia lavada de 40 centÃmetros de profundidade na faixa em que acontece a pontuação.