Saúde

CONSCIENTIZAÇÃO Julho Verde: campanha alerta para prevenção do câncer de cabeça e pescoço

Em 2019, tema remete à importância da auto-observação para favorecer diagnósticos precoces

“Câncer de cabeça e pescoço” é o nome comum dos tumores que nascem na região das vias aéreo-digestivas, como amígdalas, boca, bochechas, faringe, gengivas, laringe (onde a voz se forma), língua e seios paranasais.

 

No Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) são realizados, atualmente, 35 atendimentos ambulatoriais e 20 cirurgias por mês, relacionados a exames clínicos, diagnóstico e tratamento de casos de câncer de cabeça e pescoço.

 

De acordo com a Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG), o câncer de cabeça e pescoço está entre os cinco tipos de câncer mais frequentes em homens, no Brasil (excluindo-se o câncer de pele não melanoma). Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) dão conta de que o número de novos casos diagnosticados, entre 2018 e 2019, chegue a 640 mil.

 

Criado em 2014, o movimento mundial Julho Verde tem o objetivo de orientar sobre a prevenção, o diagnóstico e o tratamento desses tipos de câncer – como o de boca e de laringe – que se encaixam nas modalidades de tumores de cabeça e pescoço. A ideia é que todos os anos sejam realizadas atividades de conscientização durante o mês de julho, culminando no dia 27, que foi estabelecido como Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço.

 

A infecção pelo papilomavírus (HPV) está entre as principais cuasas desses tipos de câncer. Além do vírus, o consumo de cigarro e de bebidas alcoólicas em excesso, associado à má higiene bucal, podem causar a incidência de tumores, sendo que o perfil dos pacientes têm mudado e pessoas cada vez mais jovens apresentam a doença, que também acomete laringe e faringe.

 

A prevenção é simples: não fumar, evitar bebidas alcoólicas em excesso, eliminar fatores traumáticos na boca (como prótese mal adaptada, dentes tortos, cáries e restos dentários), alimentar-se de forma saudável e evitar a prática de sexo oral em pessoas com múltiplos parceiros e sem proteção.

 

Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, mais chances de o tratamento se mostrar resolutivo. Portanto, é recomendável estar atento aos sinais que indicam a necessidade de investigação médica: lesões na cavidade oral ou nos lábios que, por mais de 15 dias não cicatrizaram, manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, nas gengivas, no palato (céu da boca) ou na mucosa jugal (bochecha), nódulos (caroços) no pescoço, rouquidão persistente e, nos casos mais avançados, dificuldade para mastigar e engolir, impedimentos para falar e sensação de que há algo preso na garganta.

 

O diagnóstico é feito por meio de exame meticuloso de toda a cavidade bucal e, se necessário, endoscopia e videolaringoscopia, a fim de avaliar o tamanho do tumor ou a presença de um segundo tumor primário. Atualmente, medicamentos promissores têm conseguido aumentar as chances de cura dos pacientes, com ação mais eficiente e menos agressiva ao organismo.​

Vanda Laurentino - jornalista

Unidade de Comunicação - HU-UFGD