O ex-senador Delcídio do Amaral (PTC) entrou na lista daqueles que fizeram “delação premiada” com aval do STF (Supremo Tribunal Federal), mas que estão inadimplentes no pagamento das multas. Ele teria que pagar o valor de R$ 1,5 milhão, em parcelas de R$ 85 mil, mas teria pedido mais prazo para acertar as prestações, devido dificuldades financeiras.
Esta informação foi divulgada pelo jornal O Estado de São Paulo, que teria obtidos dados do Sistema de Monitoramento de Colaborações, ligado ao MPF (Ministério Público Federal). Ao todo segundo a reportagem, o “calote” dos delatores chegaria a R$ 120,8 milhões. A lista teria além do ex-senador de Mato Grosso do Sul, mais 30 nomes.
Este sistema de dados tem o acesso restrito aos membros do Ministério Público, criado durante a gestão da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para que fosse acompanhado os acordos de delação premiada feitos durante a Operação Lava Jato, assim como outras investigações de cunho federal.
O pedido para “ampliação de prazo” teria sido feito em abril por Delcídio, depois que ele atrasou o pagamento de uma parcela de R$ 85 mil, que foi fixada em sua delação premiada. A multa inteira (R$ 1,5 milhão), deve ser quitada de 2017 até 2025.
O ex-senador teria requisitado mais prazo alegando que estava com dificuldades financeiras, mas que já estaria encontrando formas de pagar os valores, por meio de venda de imóveisou “arrolamento de bens”. Entramos em contato com Delcídio e com seus advogados, mas até o fechamento da reportagem, eles não atenderam as ligações.
Multas – Segundo a reportagem, o valor a ser pago pelo ex-senador é até pequeno, comparado a outros delatores, como o empresário Marcelo Odebrecht, que, por exemplo, deve pagar a Justiça R$ 73 milhões. Neste caso, a dívida foi quitada à vista.
Este sistema de monitoramento fiscaliza as cláusulas dos acordos, assim como dos pagamentos que devem ser feitos. Segundo a plataforma, já foram pagos em multas R$ 737,2 milhões. Também foram devolvidos em bens, como confisco de veículos e imóveis, R$ 385,6 milhões. Até agora, R$ 437,6 milhões já foram restituídos aos lesados.