Policial

Diante do juiz, suspeito de matar pai de santo permanece em silêncio

Leonardo Rodrigues Juré deve ir a júri popular por homicídio triplamente qualificado - asfixia, dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima
GEISY GARNES

Leonardo durante audiência de custódia nesta tarde (Foto: Kisie Anioã)

O réu pelo assassinato do pai de santo Michael Morgan Noronha Andredoli, de 57 anos, escolheu ficar em silêncio durante a segunda audiência de custódia sobre o caso, realizada nesta segunda-feira (15) no fórum de Campo Grande. O crime aconteceu no dia 30 de julho do ano passado.

Leonardo Rodrigues Juré, de 24 anos, foi chamado ao fórum nesta tarde depois que o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu ao juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri o acréscimo de mais uma qualificadora ao crime de homicídio, a de dissimulação.

Segundo a denúncia do MPMS, Leonardo fingiu que iria manter relação sexual com Michael e aproveitou desse momento para asfixiar o pai de santo com um fio de ventilador. Além disso, o réu pode ser julgado por asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Nesta tarde, depois de ouvir que o acréscimo da qualificado foi aceito e orientado pelo defensor público Gustavo Henrique Pinheiro Silva, Leonardo afirmou ao juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida que permaneceria em silêncio e não falaria sobre o crime. Na primeira audiência, o rapaz também não quis prestar depoimento.

Michael foi encontrado morto seminu e estrangulado com fio de ventilador às 22h50 do dia 30 de julho, na casa onde vivia e trabalhava na Avenida Manoel da Costa Lima, na Vila Piratininga.

O caso chegou a ser tratado como suspeita de latrocínio, mas investigações apontaram que a vítima foi morta de forma passional. Na delegacia Leonardo contou que quando conheceu a vítima, em 2013, se relacionou sexualmente com ela e partir daí passou a ser ameaçada.

Para a polícia, o réu afirmou que o pai de santo havia gravado os dois juntos e ameaça divulgar as imagens. Leonardo ainda relatou que Michael furtou uma arma de dentro de sua casa e para pagar o revólver ao verdadeiro dono precisou levar drogas para a Amazônia, mas foi preso e ficou mais de dois anos fora do estado.

Quando conseguiu voltar, foi mais uma vez ameaçado pelo pai de santo e acabou indo até a casa dele. No mesmo dia cometeu o crime. Os policiais da 5ª Delegacia de Polícia Civil chegaram até ele após encontrarem a capinha do aparelho celular da vítima, em sua casa.