"As pessoas querem saber quem tirou a fotografia, pois bem, eu vou dizer: foi uma loirinha com quem dei uma rapidinha". Foi assim como o português Júlio Santos, que até pouco tempo era padre da Diocese de Coimbra, contou detalhes de uma polêmica em que ele se viu envolvido nos últimos dias.
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Júlio, de 58 anos, disse ter postado nas redes sociais, por engano, uma foto sua deitado numa cama de casal usando apenas cueca e meias. A imagem ficou no ar no perfil dele no Facebook por pouco tempo, mas foi o suficiente para se alastrar pela internet e gerar um debate entre internautas sobre a questão do celibato exigida aos sacerdotes.
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Ele explicou ao jornal português "Correio da Manhã" seu afastamento da Igreja Católica:
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"Sou maroto, sou danado para a brincadeira e mesmo que tente mudar isso, não consigo. Eu nunca me apresentei às pessoas como santo", afirmou, chamando a "menina muito jeitosa" com quem manteve relações sexuais num encontro casual de "sepente tentadora".
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"A nossa parte afetiva é fundamental, negar isso era matar-me a mim mesmo", acrescentou, ressaltando ter "uma mente aberta".
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Embora Júlio exercesse seu serviço sacerdotal na cidade de Pedrógão Grande, na provÃncia da Beira Litoral, ele contou que a foto foi tirada há cerca de um mês num quarto de hotel no Porto, a 171 quilômetros de distância.
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Após 30 anos atuando como padre, Júlio foi afastado de suas funções e frisou que não pretende voltar.
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"Para sossegar o Sr. bispo e o seu vigário-geral e não escandalizar mais os fiéis, afasto-me do meu ministério sacerdotal na Igreja. Não voltarei a servir a Igreja na Diocese de Coimbra como pároco", disse.
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'Falava de um Deus de amor, misericórdia, perdão e acolhimento'Num grupo do Facebook de moradores de Pedrógão Grande, o ex-padre se despediu dos fiéis:
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"Se molestei a Igreja nos meus pecados, também a amei até ao limite das minhas forças. Trinta um nEla. Não vão encontrar mais que 5 mil euros nas minhas contas e um carro a pagar. Saio da Diocese de cabeca levantada. Mas no Verão matem a vossa curiosidade e deiem um passeio pelas dunas da Praia de Mira, pela Costa Nova e pelas prais de nudismo, clubes no Porto e em Vigo", escreveu num post.
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Integrantes do grupo deixaram mensagens para Júlio nos comentários:
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"Sr. Padre: obrigada por tudo. Principalmente por todas as vezes que por detrás daquele altar foi a força que eu não tinha. Falava de um Deus de amor, misericórdia, perdão e acolhimento. Esse mesmo Deus o ampare e fortaleça seja qual for o caminho que venha a trilhar. Obrigada. Admiro-o muito e mesmo sabendo o seu amor à Igreja custa-me a perceber como tenta aplanar o terreno para quem o vai suceder", afirmou uma internauta.
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"Tanta hipocrisia e tanta maldade. Quem é que disse "quem nunca errou que atire a primeira pedra, não julgues para não ser julgado"? Enfim, a Igreja no seu melhor. Ao Sr Padre Júlio as maiores felicidades", registrou outra usuária da rede social.
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"A justiça de Deus tarda, mas não falha! Continue a ser um bom cristão. As pessoas esquecem que quando apontam com um dedo aos outros tem quatro virados para eles próprios", disse mais uma.