Quando se fala na causa da depressão, é comum haver certa confusão: é uma falha na liberação de neurotransmissores pelo cérebro ou uma tristeza que não passa?
Quem disser que sabe a exata causa da depressão merece um prêmio, não existe uma causa puramente fisiológica ou puramente ambiental. É só pegar como exemplo duas pessoas que trabalham no mesmo ambiente de trabalho, com o mesmo chefe e que sofrem o mesmo assédio moral. Algumas terão depressão, outras não. A pessoa precisa ter a junção de vulnerabilidade genética, deficiência bioquÃmica e a infelicidade ou estresse constantes.
Nos dias de hoje, as pessoas têm graus de estresse agudo ou crônico e provavelmente essa resistência também é regulada por um potencial genético. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 4,4% da população mundial têm a doença.
Vale lembrar que o trauma estressor como a perda de um emprego, morte de um ente querido, ruptura de um relacionamento ou aumento da demanda profissional não é propriamente a causa, e sim o gatilho para o surgimento da depressão, em quem apresenta alguma vulnerabilidade.
O que é esse desequilÃbrio quÃmico?
O transtorno não é causado pela falta de serotonina ou outra substância qualquer, mas por um desequilÃbrio.
A regulação de produção de neurotransmissores e receptores é feita tanto pela genética do indivÃduo, quanto pelo ambiente. Se eu vivo em um ambiente altamente estressante, terei altos nÃveis de noradrenalina. Quando escuto algo prazeroso, tenho altos nÃveis de dopamina etc. E a genética é quem vai modular como será essa resposta.
Na discussão pela causa, ainda há a retroalimentação do ciclo e desregulação de neurotransmissores. Isso porque a depressão induz a secreção do hormônios do estresse.
Por isso, o principal é sempre procurar um psiquiatra que irá receitar o melhor remédio para esse desequilÃbrio e um terapeuta para tratar os gatilhos emocionais.