A Caixa Econômica Federal anunciou hoje (12) a devolução de R$ 3 bilhões ao Tesouro Nacional. A expectativa do banco é devolver R$ 20 bilhões até o final deste ano. No total, a Caixa deve ao Tesouro R$ 40,2 bilhões.
O anúncio foi feito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, na reunião com os presidentes do Banco do Brasil, Rubem Novaes, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, nesta manhã, no Ministério da Economia, em Brasília.
“Essa é uma decisão de governo. Vamos devolver o dinheiro que se deve”, disse Guimarães.
De acordo com o ministério, os bancos públicos devem cerca de R$ 86,5 bilhões em empréstimos concedidos pelo Tesouro Nacional. Além dos R$ 40,2 bilhões da Caixa, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve R$ 36,1 bilhões, o Banco do Brasil, cerca de R$ 8,1 bilhões, o Banco do Nordeste (BNB), R$ 1 bilhão, e o Banco da Amazônia (Basa), R$ 1,06 bilhão. Os valores das dívidas são referentes a dezembro de 2018.
Segundo o ministro, a ideia é que todos os bancos devolvam o dinheiro do empréstimo para abater da dívida pública, mas a “maior pressão” do governo é pela devolução de recursos pelas instituições maiores.
“O dinheiro volta para resgatar a dívida pública. Esse movimento vai desestatizando gradualmente o mercado de crédito. A participação dos bancos públicos no crédito chegou a 60%”, disse o ministro. Guedes acrescentou que essa estratégia do passado, de estímulo ao crédito pelos bancos públicos, gerou distorções, com empréstimos a juros baixos para grandes empresas e crédito a taxas elevadas para a população. Ele citou como grandes empresas a Odebrecht e a Petrobras.
“A gente reduziu o crédito para grandes empresas. Isso também gerou uma folga muito grande de capital”, acrescentou o presidente da Caixa.
De acordo com Guedes, a devolução dos recursos também é boa para o balanço do banco que paga juros de 18% ao ano pelo empréstimo do Tesouro, enquanto a taxa básica de juros, a Selic, está em 6,5% ao ano. “Ele [Pedro Guimarães] não está só fazendo um favor para a União, está tornando o banco mais sólido. Está reduzindo a dívida. Está fazendo algo muito bom para a Caixa e justamente com essa folga financeira está melhorando o balanço dele, e isso permite dar desconto de até 80% em dívidas de brasileiros de baixa renda”, disse Guedes, referindo-se à abertura da renegociação de dívidas de clientes feita pela Caixa, recentemente.