Política

‘Não é que eu não queira pagar ninguém; não vai ter dinheiro’, diz Bolsonaro

Presidente voltou a dizer que se o Congresso não aprovar crédito suplementar vai faltar dinheiro


Presidente Jair Bolsonaro (Foto: Adriano Machado/Reuters)

O presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer neste domingo (9) que se o Congresso não aprovar o Projeto de Lei nº 4, que prevê a concessão de um crédito suplementar para o Governo Federal no valor de R$ 248,9 bilhões, não haverá dinheiro para o pagamento de benefícios para aposentadorias, Bolsa Família, Pronaf e Plano Safra.

“Se não aprovar teremos problema. Não é que eu não queira pagar ninguém, não vai ter dinheiro”, afirmou. Questionado sobre se o recurso destinado ao pagamento dos benefícios já não estava previsto no Orçamento, o presidente respondeu: “Está, mas a receita está bem abaixo do previsto”.

Mais cedo, Bolsonaro usou o Twitter para criticar a oposição por tentar obstruir e adiar a votação do projeto na CMO (Comissão Mista de Orçamento) no Congresso nesta semana. “A oposição está trabalhando para inviabilizar o pagamento de beneficiários do Bolsa Família, idosos com deficiência, Plano Safra e Pronaf. Para alcançar seus objetivos vale até prejudicar os mais pobres”, escreveu o presidente em sua conta na rede social, citando uma publicação em que o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) comemorou a obstrução.

A CMO suspendeu a sessão marcada na quarta-feira (5) para votar o crédito extra de R$ 248,9 bilhões que o governo solicitou ao Congresso. A reunião foi interrompida para uma tentativa de acordo entre deputados e senadores, que conversam a portas fechadas na sala da presidência do colegiado.

A oposição tenta derrubar a votação por meio de obstrução e exige do governo a garantia de R$ 11 bilhões para recompor orçamentos da Educação e do Minha Casa, Minha Vida, entre outros.

 

Bolsonaro também disse estar confiante com a aprovação da proposta de reforma da Previdência. Questionado sobre sua expectativa, afirmou ser “total”. O presidente respondeu a algumas perguntas de jornalistas ao chegar ao Palácio da Alvorada, depois de passar a noite deste sábado e a tarde deste domingo na Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência, com a família. Bolsonaro foi recebido no Alvorada por apoiadores e parou para cumprimentá-los e tirar fotos.

O presidente ainda foi questionado sobre sua avaliação quanto à permanência do deputado Luciano Bivar (PSL-PE) na presidência nacional do partido. “Eu não acho nada”, afirmou. Segundo a revista digital Crusoé e o jornal Folha de S. Paulo, Bivar apresentou notas fiscais frias para a Câmara dos Deputados e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).