Policial

WhatsApp revela fraude e ameaças e juiz mantém prisão de delegado por execução de boliviano

Policial também teve prisão decretada por ajudar delegado e atrapalhar investigação


Polícia Civil durante prisões em Corumbá. Foto: Diário Corumbaense

O delegado Fernando Araújo da Cruz Júnior, titular da Deaji (Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e do Idoso) de Corumbá, suspeito de matar o boliviano Alfredo Rangel Weber dentro de uma ambulância, e o investigador da Polícia Civil Emmanuel Contis, investigado por ajudá-lo, vão continuar presos.

Conforme apurado pelo Midiamax, no final da tarde desta segunda-feira, o juízo da 1ª Vara Criminal de Corumbá converteu em preventiva a prisão temporária de Fernando e decretou a prisão preventiva do agente. Perícia no celular apreendido pela polícia revelou, por meio de registros de conversas de WhatsApp, a existência de provas de coação no processo e fraude processual.

Também foram encontradas fotos da caminhonete usada pelo delegado no dia do crime. O veículo teria passado por alterações para tentar dificultar investigações cedidas por testemunhas. O Midiamax também apurou que houveram ameaças contra autoridades envolvidas nas investigações, no sentido de que bombas seriam jogadas na delegacia e na corregedoria.

Hoje pela manhã, a Corregedoria da Polícia Civil havia revogado o afastamento de Contis. A medida foi publicada no Diário Oficial do Estado, determinando que a revogação deveria contar desde a data do alvará de soltura, do dia 14 de maio deste ano. No entanto, ele volta para a cadeia.

Prisão

Ambos foram presos inicialmente a pedido da Corregedoria da corporação, por meio de ação entre a DEH (Delegacia Especializada de Repressão a Homicídio) e do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros).

Alfredo Rangel Weber foi assassinado no dia 23 de fevereiro e o suspeito é o delegado Fernando, que está preso desde o dia 29 de março. Testemunhas o identificaram como autor das facadas, que foram desferidas depois de desentendimento em um evento na fronteira. A vítima foi socorrida, mas o delegado e o investigador interceptaram a ambulância em Corumbá, oportunidade em que houve a execução a tiros.

Reconstituição

No dia 8 de abril, foi feita a reconstituição simulada do assassinato do boliviano Alfredo Rangel. A Corregedoria da Polícia Civil e a delegacia de Homicídios fizeram a simulação, mas o delegado Fernando Araújo não esteve presente. Testemunhas presenciais participaram da simulação para que todas as versões do caso fossem analisadas, para saber o momento exato em que Alfredo foi assassinado.