O possível envolvimento de policiais civis e militares no caso do arsenal encontrado em uma casa do bairro Monte Líbano, em Campo Grande, divulgado pela Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social (Sesdes) gerou um mal-estar na Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
O secretário da Sesdes Valério Azambuja teria ligado para o secretario da Sejusp Carlos Videira informando do envolvimento de policiais civis e militares no crime.
Em nota, a Sejusp informa que as investigações estão em andamento, e foi determinado que as corregedorias dos órgãos ligados à secretaria investiguem possível participação de servidores neste caso. Se houver qualquer indício de envolvimento, eles vão responder não só na esfera administrativa, como também na criminal”, destacou Vidiera.
A Sejusp informa ainda que o inquérito policial ainda está em andamento por meio do Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras) e a secretaria irá se pronunciar no momento oportuno.
Entenda o caso
No domingo, policiais da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), com apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar, apreenderam dezenas de armas de grosso calibre em poder do guarda municipal Marcelo Rios, 42 anos, no Bairro Monte Líbano, em Campo Grande. No local, a polícia encontrou dois fuzis AK-47, quatro fuzis calibre 556, duas espingardas calibres 12 e 22, 17 pistolas e um revólver calibre 357.
Além das armas de fogo, foram apreendidos supressores de ruídos (silenciadores), diversos carregadores e munições. Um veículo com restrição criminal por roubo/furto também foi apreendido no local.
A prisão em flagrante de Rios acabou convertida em prisão preventiva, durante audiência de custódia realizada na segunda-feira (20), no Fórum da Capital. O caso está sendo investigado pelo delegado Fábio Peró, do Garras.
Na quarta-feira, com o desdobramento das investigações, policiais fizeram a prisão de mais dois integrantes da Guarda Municipal, suspeitos de envolvimento no caso. Conforme apurado, os servidores, que ainda não tiveram os nomes divulgados, são suspeitos de planejarem o sequestro e cárcere privado da mulher do colega preso com o arsenal. Eles foram autuados por obstrução de Justiça.
A suspeita da polícia, ainda de acordo com o que foi levantado, é de existência de uma organização criminosa por trás do esquema das armas e que, com o sequestro, o grupo tinha o objetivo de impedir possível delação por parte de Rios. Para coagi-lo, os criminosos teriam planejado e encomendado a ação contra a esposa dele.
* matéria atualizada às 11:45 para acréscimo de informação