Política

Movimento faz protesto pela cassação de vereadores acusados de corrupção

Com o tema “sapatada ou cassação já”, movimento organiza carreata com trio elétrico e protesto hoje em frente à Câmara


Câmara de Dourados será palco de protesto hoje pela cassação de três vereadores de Dourados (Foto: Adilson Domingos)

Uma carreata com trio elétrico, marcada para a noite desta segunda-feira (13), marca o início da campanha pela cassação de três vereadores presos em dezembro do ano passado e afastados do mandato acusados de corrupção em Dourados, a 233 km de Campo Grande.

“Sapatada ou cassação já” é o tema da campanha pela interrupção dos mandatos de Idenor Machado (PSDB), Pedro Pepa (DEM) e Pastor Cirilo Ramão (MDB), denunciados no âmbito da Operação Cifra Negra junto com o ex-vereador Dirceu Longhi (PT), com dois ex-servidores da Câmara e quatro empresários de Campo Grande.

O tema faz uma alusão ao episódio ocorrido em setembro de 2010 na Câmara de Dourados, quando o auxiliar administrativo Adailton Castro Souza jogou o sapato no então vereador Aurélio Bonato, um dos indiciados na Operação Uragano que tentava presidir a sessão. Adailton vai participar do ato desta segunda.

O farmacêutico Racib Panage Harb, presidente do Movimento Dourados contra a Corrupção, disse que após a carreata, marcada para começar às 19h, será entregue um manifesto ao presidente da Câmara Alan Guedes (DEM).

Foi Racib que pediu, em 4 de fevereiro, a abertura dos processos de cassação dos três vereadores e da vereadora Denize Portolann (PR), ré no âmbito da Operação Pregão e cassada por unanimidade na semana passada.

Segundo ele, o protesto de hoje à noite é para chamar a atenção da população sobre uma manobra de bastidores que tenta salvar os mandatos de Idenor, Pepa e Cirilo. O prazo para as comissões processantes entregarem os relatórios finais termina no dia 19 deste mês.

Afastados desde dezembro após serem presos, os três vereadores são acusados de quebra de decoro parlamentar por envolvimento no esquema de corrupção que, segundo o Ministério Público, consistia no pagamento de propina mensal por empresas de tecnologia contratadas a preços superfaturados através de licitações fraudulentas.

Os vereadores negam as irregularidades. Apontado como chefe do esquema junto com Denis da Maia, dono da Quality, Idenor Machado argumenta que assumiu a Câmara com os contratos em andamento e diz nunca ter se encontrado com o empresário.