Após um mês da morte de Matheus Coutinho Xavier, de 20 anos, que foi executado com pelo menos sete tiros de fuzil, na cabeça, no dia 9 de abril em frente à sua casa, a família agora deve pedir ajuda ao Ministro da Justiça, Sérgio Moro, na tentativa de solucionar o crime.
Advogada e amiga da família contou ao Jornal Midiamax que estão tentando uma audiência com o Secretário de Segurança Pública de MS, Antônio Carlos Videira, para cobrar empenho nas investigações sobre o crime, já que até o momento nada se tem de concreto. Ainda segundo a advogada, a família vai enviar uma carta ao Ministro Sérgio Moro pedindo ajuda para a solução do caso.
Depois da investigação ser retirada da Delegacia Especializada de Homicídios e ser encaminhada para o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) existe a possibilidade do caso ser levado a esfera federal, segundo a advogada.
“Se o Estado não tem competência para investigar este crime de pistolagem, então, que passe para a Polícia Federal, mas não dá para ficar sem respostas”, concluiu. Dois hackers estariam sendo investigados pela polícia, já que teriam envolvimento no crime monitorando todos os passos do capitão da reserva da Polícia Militar Paulo Roberto Teixeira Xavier, pai de Matheus.
O estudante de direito foi assassinado com sete tiros na cabeça. A arma usada foi um fuzil de origem russa. Segundo a amiga, o capitão teria dito nunca ter feito nada para ninguém para que quisessem matá-lo. “Este é o 5º crime de pistolagem na Capital sem respostas”, conclui a advogada.
Execução
Pai e filho chegavam em casa em uma GM S-10, no bairro Miguel Couto, próximo da Escola Estadual Hercules Maymone, quando suspeitos em um veículo modelo Up branco se aproximaram e dispararam várias vezes. No local, a polícia encontrou cápsulas deflagradas de fuzil.
Xavier saiu com a caminhonete com sinais ligados e buzinando, na tentativa de chegar ao hospital a tempo de salvar o filho. Ele avançou sinais e chegou a pedir ajuda a bombeiros que atendiam vítima de atropelamento no cruzamento da Rua 13 de Junho com a Avenida Mato Grosso.
Outras execuções
Figueiredo
O chefe da segurança da Assembleia Legislativa de Campo Grande, o 1º sargento Ilson Martins Figueiredo, foi executado a tiros de fuzil e metralhadora no dia 11 de junho de 2018, na Avenida Guaicurus, na Capital.
Ele estava conduzindo um Kia Sportage quando foi surpreendido e seu carro alvejado por diversos tiros de arma de grosso calibre, entre elas, um fuzil. Aproximadamente 18 cápsulas foram recolhidas pela perícia no local. Depois de ser atingido, o veículo que ele dirigia bateu contra o muro de uma casa.
Nas imediações na Rua Piracanjuba o carro usado na execução de Ilson Martins Figueiredo, um Fiat Toro, foi encontrado incendiado. Os autores ainda não foram localizados pela polícia.
Orlando Bomba
Orlando da Silva Fernandes, 41 anos, conhecido como ‘Orlando Bomba’ foi executado com tiros de fuzil na cabeça, tórax, e braços em frente a uma barbearia. Dois homens chegaram em uma Dodge Journey, desceram e executaram ele, que saía do local e ia em direção à sua camionete Hillux. Um outro homem em uma moto deu apoio para a execução. A polícia encontrou no local com a vítima três celulares intactos que estavam com ele, além de cheques e quantia em dinheiro. O crime aconteceu no dia 26 de novembro de 2018.
Paulo Magalhães
O delegado Paulo Magalhães foi executado em frente à escola da filha em junho de 2013. Os pistoleiros monitoraram o delegado desde a casa dele até a escola da filha, na Rua Alagoas, e lá decidiram fazer a execução. O monitoramento teria iniciado às 7 horas e o crime aconteceu às 17 horas.
O delegado aposentado estava em seu veículo, uma Land Rover, quando foi executado a tiros de pistola dados pelo guarda municipal que estava na garupa de uma moto, pilotada por Rafael Leonardo Santos. Já Antônio Antônio Benitez Cristaldo fazia escolta dos dois em um carro. Depois que os mandados de busca e apreensão e prisão foram expedidos para o trio, Rafael foi encontrado morto e partes do seu corpo foram jogados próximo ao lixão da Capital. Ele foi carbonizado e decapitado.
José Moreira foi julgado e condenado por homicídio qualificado com recurso que dificultou a defesa da vítima. O juiz determinou que ele irá ser monitorado por tornozeleira eletrônica durante o cumprimento da pena e será obrigado a ficar em casa todas as noites. Se for trabalhar ou se deslocar em um raio maior que 200 metros precisará informar à Justiça.
Carvalhinho
Sem respostas, a execução do jornalista Eduardo Ribeiro de Carvalho, o Carvalinho, termina sem ninguém preso. O inquérito tramitava na DEH (Delegacia Especializada de Repressão a Homicídios) e foi arquivado no ano passado a pedido do Ministério Público Estadual, em razão de a apuração policial não ter identificado a autoria delitiva. O processo estava na 2ª Vara do Tribunal do Júri.
Dono do jornal Última Hora News e ex-policial militar, Carvalinho era conhecido pelas polêmicas e artigos que divulgava referentes à polícia e à política em Mato Grosso do Sul. Casado e pai de três filhas, foi assassinado no dia 21 de novembro de 2012, em Campo Grande. Ele chegava em casa com a família, quando foi abordado por dois homens em uma moto e baleado com 4 tiros.