Um mês após a morte de Matheus Coutinho Xavier, de 20 anos, e sem nenhuma resposta da polÃcia, o pai do jovem, o capitão reformado da PolÃcia Militar, Paulo Xavier, quebrou o silêncio. Matheus foi morto com sete tiros de fuzil Ak na noite do dia 9 de abril no Jardim Bela Vista, em Campo Grande. ''Estou dando minha cara a tapa para a pessoa não errar o alvo da próxima vez'', disse revoltado com a falta de informações sobre o caso.
Ao Campo Grande News, o militar reformado revelou que ainda está muito abalado com o crime e sente medo do mandante, mas que não faz ideia de quem seja seu inimigo e os executores do filho. ''Meu filho era maravilhoso e não tinha vÃcios. Ainda estou sem entender e não faço ideia de quem seja o executor e nem o motivo', disse.
O boa conduta do filho, que cursava o terceiro ano de Direito, faz o militar acreditar que o alvo dos disparos não era Matheus. ''Acredito que o alvo poderia ser eu porque meu filho não tinha envolvimento com nada. Se eu fiz algo de errado, me desculpe, mas foi com o trabalho de polÃcia, dentro da lei. Estou correndo risco e estou dando minha cara a tapa para a pessoa não errar o alvo da próxima vez, para não fazer o mesmo com meus outros dois filhos', ressaltou.
Ainda segundo o capitão reformado, ele nunca recebeu nenhuma ameaça que pudesse justificar o crime contra o filho. ''Há 10 anos eu saà da polÃcia e minha vida é dentro de casa, dedicada a cuidar dos meus filhos. Se tem algum acerto de contas é de 10 anos atrás', disse.Â
A morte de Matheus está sendo investigada por uma força-tarefa criada para elucidar os últimos crimes de pistolagem em Campo Grande, mas até o momento nenhum suspeito foi preso.
Homenagem - Familiares e amigos de Matheus se reuniram na manhã desta quinta-feira (9) em uma missa em homenagem ao jovem na Paróquia Universitária São João Bosco, na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco). Com camisetas com a foto de rapaz e com a frase ''30 dias sem resposta'', eles cobraram agilidade da polÃcia nas investigações.
Amiga de Matheus, Kamila Lagoas Daher, 18 anos, disse que o amigo faz muita falta no dia-a-dia e que o desejo de todos os colegas é que a Justiça dê respostas sobre o crime. ''Como estudantes de direito, estamos protestando por Justiça, manifestando nossa indignação. Ele era meu amigo e faz falta pra mim e pra famÃlia dele. Se para os amigos já está sendo difÃcil, imagina para a famÃlia que está há tanto tempo sem resposta?'', comentou.
Para o colega de curso Matheus Trindade, não importa as circunstâncias, mas o caso deve ser esclarecido. ''Todo mundo sabe que a Justiça não funciona. Não estamos apontando o dedo, não importa quem foi, só queremos que ela pague. Não queremos vingança, queremos Justiça', defendeu.