Nos últimos dias, duas notícias surpreenderam fãs brasileiros em todo o país: o humorista e youtuber, Whindersson Nunes, afirmou sofrer de angústia, tristeza e não sentir vontade de viver; e a morte da ex-caloura mirim do programa Raul Gil, Yasmim Gabrielle, de 17 anos, que está relacionada à perda da mãe e do irmão. Embora sejam dois casos isolados, ambos têm pontos em comum: a depressão, que já atinge mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A OMS sinaliza que a tendência é que o número seja ainda maior em 2020. No caso específico do Brasil, cerca de 5,8% dos brasileiros já são atingidos e 9,3% apresentam também sintomas de ansiedade. Considerando os ambientes de trabalho, as principais queixas estão relacionadas ao os transtornos de ansiedade e o esgotamento emocional dos funcionários. Somente em 2016, a Previdência Social afastou cerca de 75,3 mil trabalhadores por razões psicológicas.
Na visão do psiquiatra Francisco Medauar, que também leciona na Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC), a depressão se enquadra em um quadro de tristeza, insatisfação mais intensa e crônica, que se arrasta por dias. “Para um paciente ser diagnosticado com depressão é necessário apresentar pelo menos 14 dias seguidos dos sintomas de tristeza, humor deprimido e até irritabilidade”. O especialista chama atenção para os ‘gatilhos’ que disparam o processo depressivo, causados por acontecimentos que marcaram de forma negativa. Perdas de parentes próximos, endividamento, preocupação excessiva com trabalho e estudos são alguns dos gatilhos mais comuns.
Alguns sintomas evidenciam a depressão: alterações da memória, da atenção e principalmente do humor. O paciente pode apresentar “menos energia, insônia ou hipersonia (sonolência excessiva durante o dia), ficar mais triste, interagir menos, além de alterações cognitivas”.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma associação civil sem fins lucrativos, que presta serviço gratuito de prevenção ao suicídio e apoio emocional em todo o Brasil. Todas as pessoas podem recorrer ao CVV para conversar sob total sigilo e anonimato. O contato pode ser por telefone pelo 188 que funciona 24 horas e sem custo de ligação, pessoalmente em dos 93 postos de atendimento ou pelo site www.cvv.org.br, por meio do chat e também e-mail.