Policial

Suspeitos de tráfico, pilotos presos em SP apresentam 2 versões para viagem

Segundo a polícia, a aeronave é usada para o transporte de cocaína, mas com pelo menos duas versões, piloto e copiloto negam o tráfico


Avião de Ponta Porã que derrapou ao pousa em Atibaia e que carregava droga, segundo a polícia (Foto: Divulgação)

Transporte de pedreiros e até de carga de whisky se transformaram em desculpas para o piloto e copiloto presos pela Polícia Civil de São Paulo após a apreensão de dois aviões de Ponta Porã, usados no transporte de drogas. Com versões diferentes e pouco convincentes, a dupla tentou justificar a viagem até a cidade de Atibaia.

 
 

Segundo o delegado Elton Costa, do SIG (Setor de Investigações Gerais), o pouso do avião sul-mato-grossense em Atibaia já era monitorado pelas equipes. Nesta terça-feira (16), os policiais receberam a informação de um acidente aéreo em um hangar na área rural da cidade e no local descobriram que a aeronave era a mesma em investigação.

Testemunhas contaram aos investigadores que o avião derrapou e saiu da pista no momento do pouso e que imediatamente “funcionários” do hangar retiraram “vários objetos” de dentro dele. O piloto e o copiloto, ambos moradores de Ponta Porã, foram presos e negaram envolvimentos com tráfico de drogas.

Em um primeiro momento os dois afirmaram que saíram de Mato Grosso do Sul para trazer pedreiros para trabalhar em obras de Atibaia. No segundo depoimento a versão foi outra. Explicaram que a finalidade da viagem era o transporte de caixas de whisky. “São versões que não fazem sentido”, afirmou Costa.

O segundo avião foi apreendido no galpão do Hangar, onde outras três pessoas foram presas, entre eles o dono do local. Conforme o delegado, os registros das aeronaves marcavam várias viagens de ida e volta de Ponta Porã para Atibaia. “O hangar em que eram feitos os pousos fica na área rural, atrás de um condomínio, bem discreto”, detalhou.

As equipes ainda apreenderam dois caminhões de pequeno porte com fundos falsos, que possivelmente eram usados para o transporte da droga. Nos veículos foram encontrados registros de viagens para a capital São Paulo e também para o Rio de Janeiro. “O esquema era vantajoso para eles. A cidade é perto dos grandes centros, estamos à uma hora de São Paulo”.

Ao Campo Grande News, o delegado afirmou ainda que a logística feita pelos bandidos aponta o transporte de cocaína nos aviões. Como a droga não foi encontrada, o caso segue em investigação e o hangar foi interditado.

 

Piloto e copiloto – que não tiveram os nomes divulgados – não possuem passagens pela polícia paulista, mas as investigações tentam descobrir ligação deles em crime em Mato Grosso do Sul e também no Paraguai.

Além dos cinco presos, a ação desta terça-feira terminou com a apreensão de um quilo de maconha e R$ 46 mil