Uma pesquisa realizada pelo site de notícias UOL, onde aponta que Campo Grande está entre uma das onze cidades com coquetel de agrotóxico na água, os deputados sul-mato-grossenses, querem um relatório do Ministério da Saúde, atestando a qualidade da água consumida pela população.
A questão foi levantada na sessão desta quarta-feira (17). Segundo o UOL, dados do Ministério da Saúde, apontam que um coquetel que mistura diferentes agrotóxicos foi encontrado na água consumida em 1 a cada 4 cidades do Brasil entre 2014 e 2017.
Segundo a pesquisa, nesse período, as empresas de abastecimento de 1.396 municípios detectaram todos os 27 pesticidas que são obrigados por lei a testar. Desses, 16 são classificados pela Anvisa como extremamente ou altamente tóxicos e 11 estão associados ao desenvolvimento de doenças crônicas como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas. Entre os locais com contaminação múltipla estão as capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Manaus, Curitiba, Porto Alegre, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis e Palmas.
Os parlamentares querem se reunir com o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Águas Guariroba e Sanesul, para investigar a qualidade da água que está sendo distribuída para os moradores da Capital e dos outros municípios do Estado.
Como viram notícias sobre o caso pela internet, os deputados fizeram análise e interpretação do caso. Eles querem documentos nacionais e municipais, para constatar se tem agrotóxico na água, acima dos parâmetros permitidos.
Renato Câmara (MDB) afirmou que vai pedir informações para a Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (VigiÁgua), que é uma autarquia dentro da secretaria de Estado, responsável por analisar a água de Mato Grosso do Sul.
Pedro Kemp (PT) fez indicação ao Ministério Público Estadual (MPE) para apurar dos divulgados sobre a situação da água em Campo Grande. “Mato Grosso do Sul é agrícola, a contaminação seria como aconteceu em Bonito, as lavouras são pulverizadas, quando chove, água que vai para o rio, desce contaminada”.
O deputado José Carlos Barbosa, o Barbosinha (DEM), foi presidente da Sanesul, entre 2007 e 2014. Durante este período, várias discussões sobre isso foram debatidas. “Os resultados eram superficiais, mas tem que verificar a qualidade da água, por causa da agricultura e pecuária. Mas, quando fui presidente, a empresa tinha comprometimento grande com a qualidade da água, nunca foi encontrado nada acima do permitido”.
Uma audiência pública deve ser realizada na semana que vem para debater isso, mas ainda sem data marcada.