Dourados, segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, já registra 801 notificações de casos de dengue. Da febre chikungunya já são 33 notificações e do zika vírus três, segundo dados apresentados pela SES (Secretaria de Estado de Saúde). Todas essas doenças são transmitidas pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes Aegypti, e ao contrário do que se imagina popularmente, o combate contra essas endemias não deve ser deixado de lado com a chegada do frio. 

É o que afirma a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) Zoraia Del Carmen Fernandez Grillo. Nesta manhã (6) ela e outras autoridades participaram do seminário Tríplice Endemia, realizado na Câmara Municipal de Dourados e que contou com apoio do Dourados News. O evento foi uma proposição do deputado estadual Renato Câmara e reuniu dezenas de pessoas no plenário da Casa de Leis. 

A pesquisadora alertou durante entrevista à reportagem, que com a chegada do período mais gelado, as pessoas têm o costume de ‘baixar a guarda’ contra o Aedes, o que não deve ocorrer. 

“O cidadão precisa ser partícipe no processo de controle endêmico. Os agentes estão nas ruas o ano inteiro promovendo a fiscalização para garantir que as ações da sociedade estejam alinhadas à necessidade de combater os focos do mosquito. Agora, não é porque chegou o frio, começou a chover, que vou deixar de cuidar do meu quintal, afinal, qualquer lugar que acumule água o mosquito vai estar. Ele não desaparece na época de frio�, disse a pesquisadora explicando que o que ocorre no frio é a diminuição no processo de proliferação, mas ele não deixa de existir. 

Zoraia avalia que o controle do vetor é uma responsabilidade de todos e é necessário se conscientizar de que, “mesmo que eu não limpe meu quintal, o prejuízo da dengue não vai ficar limitado ao meu imóvel, ao meu terreno. Ele vai atingir meu vizinho, minha amiga do lado. Meu bairro inteiro�, disse. 

Dourados já confirmou 255 casos de dengue.

Duas mortes já foram confirmadas e nesta semana mais uma paciente perdeu a vida sob suspeita da doença.

A febre chikungunya foi confirmada em sete casos e até o momento a Secretaria Estadual de Saúde não registrou óbitos pela doença. Casos de zika vírus ainda não foram confirmado na maior cidade do interior.