Mato Grosso do Sul

Surto de dengue atinge 36 cidades com 15 mil casos

O Estado está com alta incidência com 615,5 casos a cada 100 mil habitantes.


CCZ de Dourados tem reforçado combate a dengue nos bairros e pede ajuda da população. (Foto: Arquivo)

Surto de dengue em Mato Grosso do Sul já atinge 36 cidades, sendo que outras 25 estão em alerta com média incidência da doença. De acordo com o último boletim da Secretaria Estadual de Saúde, são 15,9 mil notificações até 27 de março desse ano, contra 1,6 mil no ano passado, um aumento de cerca de 800%. Ao todo o Estado registrou 6 mortes, sendo duas na cidade de Dourados, duas na cidade de Três Lagoas e outras duas em Campo Grande, cidade que já está em estado de epidemia.

De acordo com o último boletim, das 15,9 mil notificações, um total de 6.635 casos foram confirmados, sendo que 4.605 são da cidade de Campo Grande. Outros 1.058 são da cidade de Três Lagoas e 208 são da cidade de Dourados. O restante está distribuído nos demais municípios do Estado, com exceção de Japorã e Jateí, que não registraram nenhuma notificação.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, as cidades com maior incidência são: Figueirão com 2.902,9 por 100 mil habitantes, Três Lagoas (2.405,3), Vicentina (2.062,2), Sidrolândia (1.853,4), Água Clara (1.499,5), Mundo Novo (1.489,4), Camapuã (1.234,0),São Gabriel do Oeste (1.131,7), Dois irmãos do Buriti (1.130,4), Aparecida do Taboado (1.100,2), Jaraguari (1.015,6), Corguinho (869,7), Selvíria (855,8), Rochedo (863,4), Campo Grande (840,0), Coxim (737,5), Ribas do Rio Pardo (637,6), Aral Moreira (635,6), Itaporã (634,2), Bandeirantes (607,7), Brasilândia (506,1), Nioaque (500,7), Rio Verde (480,6), Ponta Porã (464,5), Anaurilãndia (456,7), Pedro Gomes (455,2), Deodápolis (447,1), Fátima do Sul (415,4), angélica (407,0), Chapadão do Sul (404,5), Bataguassu (402,0), Rio Negro (380,8), Amambai (376,2), Itaquiraí (350,0), Caracol (333,4), Douradina (302,7).

A cidade de Dourados aparece com média incidência com 281,9 casos a cada 100 mil habitantes. A alta incidência é a partir de 300 casos a cada 100 mil habitantes. Mesmo com média incidência, os números muito superiores ao do ano passado colocam o município em estado de surto. Nos primeiros três meses do ano passado a cidade registrou 36 casos, contra 585 no mesmo período esse ano.

De acordo com o gerente de Vigilância Epidemiológica de Dourados, Devanildo de Souza, o motivo para o surto está relacionado a volta da circulação do vírus tipo II. Ele explica que visitantes de outras regiões podem ter trazido o vírus. Segundo ele, se a população não ajudar no combate a dengue, Dourados, que já vive um surto e o Estado podem avançar para uma uma epidemia.

Em Dourados os bairros com maior registro da doença são: Água Boa, Jardim dos Estados, Parque das Nações II e 4º Plano. Nesses locais a atenção foi redobrada, segundo a coordenadoda do Centro do Controle de Zoonozes de Dourados (CCZ) Rosana Alexandre da Silva. Conforme ela, após bloqueios químicos, aplicação de multas e ações de limpeza, o número de casos estabilizou nessas regiões de surto. Ela também atribui o auxílio da população nesse combate, já que tem denunciado situações de imóveis fechados, terrenos baldios, entre outros.

Durante todo o ano passado o Estado de MS registrou 10.730 casos. Esse ano, somente nos três primeiros meses foram 15.924. O Estado está com alta incidência com 615,5 casos a cada 100 mil habitantes.