O PT (Partido dos Trabalhadores) anunciou nesta quinta-feira (05) a pré-candidatura da deputada federal Camila Jara em noite marcada por discussão, disputa por cargos federais em Mato Grosso do Sul e sem a presença dos campeões de votos, como o deputado estadual Zeca do PT e o federal Vander Loubet.
A reunião marcada incialmente às 18h teve atraso devido a uma reunião e confusão no diretório. Na reunião estavam Camila Jara, a advogada Giselle Marques, que foi candidata ao governo do Estado em 2022. além da professora Eugênia Portela de Siqueira. Giselle, Eugênia e a coordenadora do setorial municipal de Educação do PT Campo Grande, Bartolina (Bartô), que não esteve presente no anúncio, chegaram a colocar os nomes como pré-candidatas.
Conforme apurado pelo jornal, na reunião, Gisele solicitou ao diretório, cargo no MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) ou Funasa (Fundação Nacional de Saúde). A informação é a de que ofereceram cargo no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), mas ela não aceitou. Ainda de acordo com apurado, Giselle foi embora após a reunião.
O evento na noite desta quinta ocorreu após o anúncio ter sido adiado devido a disputa interna entre Camila, Giselle, Eugênia e Bartô. O motivo informado oficialmente pelo partido foi a tentativa da vinda de uma liderança nacional para o anúncio. Porém, Gleisi Hoffmann, presidente do PT, passou por cirurgia e não pôde comparecer.
"A Camila é a nossa pré-candidata em Campo Grande, a partir de agora nós vamos estruturar a campanha dela para colocar na rua. Já estão aqui dois partidos, o PC do B, o PV, e nós vamos atrás de outros partidos pra que possamos fazer uma aliança forte pra defender o nome dela", disse o presidente municipal do partido, Agamenon Rodrigues.
"A Camila não é pré-candidata, vocês são pré-candidatos vamos juntos nesse movimento. Então é uma pré-candidatura de geral e todo mundo tem responsabilidades. Eles (adversários) têm medo da nossa capacidade de união. A gente briga, discute, diverge em táticas, mas uma coisa que nós temos é capacidade de dar a mão e lutar pelo aquilo que acreditamos. Temos uma proposta de criar coletivos de trabalho e de ação, para pensar a estratégia que vai desenvolver na nossa pré-campanha, para pensar a estratégia do movimento que vai discutir a cidade por bairros e regiões. Criar uma metodologia de trabalho para construção de um movimento que vai fazer com que essa cidade inteira se movimente. Então, a partir disso, propor as mudanças que são necessárias para Campo Grande. Essa é a nossa proposta pra executiva", disse Camila.
“Você não vai estar sozinha, vamos estar aqui fazendo campanha, fortalecendo a candidatura, com oração e força”, falou a professora Eugênia para Camila.
"Eles têm receio da candidatura da Camila e dois deputados me falaram, a candidatura da Camila é uma candidatura que incomoda o governo e a prefeitura, porque assim como a Camila foi um fenômeno eleitoral para vereadora, foi um fenômeno eleitoral para a deputada federal, ela é uma liderança hoje do PT em ascensão. A Camila inclusive extrapola a nossa bolha e ela dialoga com outros setores da sociedade e ela encanta, principalmente a juventude que tem uma energia muito boa para fazer política. Então esse é o medo deles e eu falei para Camila agora, eles têm receio. E a nossa Gisele, que foi nossa candidata a governadora, foi valorosa, foi corajosa na campanha. Na plenária que nós fizemos lá na Câmara Municipal, as companheiras se reuniram e chegaram no entendimento, chegaram no entendimento que o nome mais competitivo para representar o nosso partido nessa eleição é o da deputada Camila Jara", discursou o deputado estadual Pedro Kemp.
Disputa
No último dia 23 de setembro, o partido chegou a alugar a Câmara de Campo Grande para a plenária para lançar Camila Jara no evento. Porém, além da deputada federal Camila Jara, a advogada Giselle Marques e a professora Bartolina Catanante prosseguiram com o interesse no pleito pelo Executivo de Campo Grande. Após impasse e reunião nos bastidores da plenária, foi decidida a criação de um ‘projeto de mulheres’.
A plenária contou com a participação dos deputados estaduais Pedro Kemp e Gleice Jane, além da vereadora Luiza Ribeiro. Principais lideranças do MS, o deputado federal Vander Loubet e o deputado estadual Zeca do PT, não compareceram ao evento.
Confusão
Já a confusão ocorreu quando o militante Walber Noleto pegou o microfone para falar, antes do anúncio, quando foi interrompido por outro partidário, momento em que se iniciou a confusão.
"Nós viemos aqui para ouvir o anúncio da pré-candidatura que o PT apresentará para sociedade e para nós disputarmos as eleições de 2024. E isso é uma decisão que já foi adotada, inclusive em uma plenária do PT no dia 23. E quando a gente chega aqui, esse conjunto de militantes é surpreendido pelo comportamento de três outras pessoas que se acham no direito de impor a sua vontade para o PT. E nós estamos aqui, à disposição de suas vontades, de seus desejos, ou à disposição do PT? Tem que respeitar o desejo e a disposição desse coletivo que está aqui. Nós não estamos aqui para respeitar os desejos individuais. Nós estamos aqui para respeitar o que o partido decide", comentou Walber.
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